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Segunda-feira, Julho 14, 2025
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Não somos inteligentes? – Por Sara Regalado

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Não somos inteligentes?

Nos últimos anos muitos são os jovens que têm aderido às comunidades virtuais de leitores, designadas por “booknetworks”, aportuguesado para “bookredes”. Com esta crescente adesão, algumas questões têm sido levantadas.

Afinal de contas, andam todos a ler o mesmo?

A sensação que temos é que, efetivamente todos leem e recomendam o mesmo. Livros de entretenimento, muitas vezes com pouca dimensão psicológica e intelectual, pouca profundidade e por aí vai.

Mas será isso uma coisa negativa?!

Os jovens realmente estão a ler mais e não vamos dizer que isso não é uma coisa de louvar e aplaudir. A semente já foi lá colocada e isso é só o início. Estão a criar o gosto pela leitura, já dedicam uma pequena parte do seu dia a enriquecer o seu vocabulário e diria até que o seu pensamento crítico e raciocínio. Por muito “rasos” que sejam os livros, haverá sempre algo que os levará a refletir e até mesmo a desenvolver habilidades intelectuais. A meu ver, podem servir de catapulta para mais tarde se sentirem preparados para se iniciarem numa literatura mais rica, complexa e profunda. À medida que se lê e que os anos vão passando, novos gostos e novas vontades irão surgindo. Afinal de contas, o caminho faz-se caminhando!

Quem somos nós para julgar a arte? Arte essa que é, e sempre será entretenimento.
Escrever é uma forma de arte, todos sabemos isso. Então o que nos leva a julgar a escolha do outro? Porque achamos nós que somos mais inteligentes porque até apreciamos um livro de mil páginas de um autor russo e julgamos outros géneros literários?! Todos eles têm como objetivo entreter, fazer-nos sonhar e viajar, metaforicamente falando.
As “bookredes” são na realidade uma coisa bastante positiva, detêm o poder de mudar o mercado editorial e ainda têm o poder de sensibilizar e influenciar indivíduos, que de outra forma, nunca leriam sequer um livro.

E na realidade não precisamos de literatura complexa para sermos ou parecermos intelectuais. Podemos só ler para relaxar no final de um dia de trabalho e sentir apenas felicidade por isso, tendo em mãos algo que nos fascine.

“Apenas deveríamos ler os livros que nos picam e nos mordem. Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para quê lê-lo?” Franz Kafka

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