Fundou a empresa de microcimento em 2008, depois de ter ouvido falar por acaso e de aguçar a curiosidade numa exposição em Paris, no longínquo ano de 2005. Ambicioso no bem sentido da palavra, gosta de inovar e de construir. Mas sente que o país é pouco simpático para quem cria empresas. Para frisar esta ideia, cita o Director Geral de outra empresa.
“Em Portugal discriminam-se empresas e empresários e, sobretudo, as grandes empresas e os grandes empresários, ao contrário do que acontece noutros países. Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos, há dias num evento referiu que em Portugal ser-se empresário e conseguir construir uma grande empresa é um sacrilégio.” E sem se deter
“São as empresas e o esforço das pessoas que nelas trabalham que contribuem com impostos para assegurar todos os direitos que temos enquanto cidadãos.”
Para o empresário gaiense, a principal culpa destas situações tem a ver com os nossos políticos.
“Em Portugal os ordenados são baixos e a carga de impostos é alta. Temos muitos políticos mal preparados e, por isso, os impostos que as empresas e as pessoas pagam são sempre insuficientes. Se um empreendedor vai à falência, é ele, os trabalhadores e a sua família a sofrer as consequências; se um político leva uma Junta, uma Câmara ou um país à bancarrota, nada acontece. Mudam-lhe os cargos e ainda os aplaudem. Esta é uma das maiores injustiças que há no nosso país.”
Sérgio Vasconcelos, sem “papas na língua”. Um empreendedor que considera a sua carreira como uma “aventura sem zonas de conforto”. Sonhou ser treinador de futebol, mas acabou por seguir os passos da família e criou uma empresa inovadora em Vila Nova de Gaia que vai marcando caminho por esse mundo fora.

Jornalista