Debrucei-me no teu olhar e em silêncio foste meu.
Fiz dos teus braços, casa e sorriso – uma dança azul de aves, rumo ao céu.
E, languidamente, pela meia tarde, vieste descansar as palavras que floresciam à beira dos
teus lábios, sobre a clareira do meu corpo.
Insinuavas o desejo das rosas.
Oh, desassossegada tarde, entre dedos de fogo!
Vens, sobre as margens do meu vestido justo – vermelho
Depositar um buquê de beijos
Altar de madrugadas permanentes.
E os meus olhos, sem fugir dos teus, demoraram-se
na língua de fogo que nos atravessava.
Ainda somos a fonte que rumoreja sob a pele.
Professora e Escritora