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Domingo, Abril 27, 2025

Cibercriminalidade contra idosos aumenta em Portugal

O aumento do cibercrime contra idosos revela a necessidade de medidas de proteção mais eficazes. Ataques como phishing, fraudes de suporte técnico e engenharia social são cada vez mais comuns, explorando a vulnerabilidade e o desconhecimento tecnológico deste grupo demográfico.

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O cibercrime dirigido a idosos está a crescer de forma preocupante, com os criminosos a explorarem as vulnerabilidades desta faixa etária. Ataques de phishing, fraudes tecnológicas e esquemas de engenharia social estão entre as principais ameaças.

Em Portugal, os dados do Portal da Queixa indicam que, desde o início de 2024, 2,9% das queixas registadas de pessoas com mais de 65 anos referem-se a burlas online, muitas das vezes relacionadas com sites ou páginas clonadas.

De acordo com a Check Point Software Technologies, especialista em plataformas de segurança cibernética, o aumento dos ataques a este grupo demográfico é atribuído à falta de literacia digital entre os idosos. A organização sublinha a importância de adotar medidas mais fortes e proativas para proteger esta população que se encontra, cada vez mais, exposta a ameaças online.

Tendências globais preocupantes

As estatísticas globais mostram que os idosos são cada vez mais alvos dos cibercriminosos. Segundo o FBI Internet Crime Report 2022, os idosos nos Estados Unidos perderam mais de 3 mil milhões de dólares devido a cibercrimes, um aumento de 11% em comparação com o ano anterior. Entre os ataques mais frequentes reportados estão o phishing, fraudes de suporte técnico e esquemas de engenharia social.

O impacto financeiro é considerável. Dados da plataforma Statista, que oferece estudos sobre diversos setores e temas globais, indicam que, em 2023, as fraudes de investimento online causaram perdas superiores a 1,2 mil milhões de dólares entre pessoas com 60 anos ou mais. Em segundo lugar, surgem as fraudes de apoio técnico, com perdas de 590 milhões de dólares. As fraudes românticas também registaram números elevados, com 356 milhões de dólares em prejuízos.

Na Europa, um estudo realizado pela Pro Senectute, que é uma organização suíça dedicada a melhorar a qualidade de vida dos idosos, em 2023 revela que quase 80% das pessoas com mais de 55 anos, na Suíça, sofreram tentativas de fraude, resultando em perdas que totalizaram cerca de 675 milhões de francos suíços nos últimos cinco anos. Este valor representa um aumento de 60% em relação ao período anterior.

Portugal também regista um aumento de casos

Em Portugal, o número de queixas sobre burlas praticadas a idosos também tem vindo a aumentar. O Portal da Queixa registou 249 reclamações desde o início de 2024, o que representa um aumento de 5,5% face ao mesmo período de 2023, onde se registaram 236 queixas. Este crescimento reflete uma tendência global, com os idosos a tornarem-se alvos fáceis devido à sua menor familiaridade com a tecnologia e às crescentes ameaças online.

Os ataques de phishing continuam a ser um dos métodos mais utilizados pelos burlões para enganar os idosos. Estes ataques consistem em mensagens fraudulentas, enviadas por email ou SMS, que parecem ser de entidades legítimas, como bancos ou serviços governamentais, induzindo as vítimas a fornecer informações pessoais. Além disso, os esquemas de suporte técnico são também frequentes, onde os criminosos se fazem passar por técnicos de empresas conhecidas e, através de chamadas telefónicas ou alertas no computador, convencem as vítimas a pagar por serviços falsos ou a ceder acesso remoto aos seus dispositivos.

Fatores de vulnerabilidade entre os idosos

A Check Point identifica vários fatores que tornam os idosos mais vulneráveis a estas ameaças. A falta de literacia digital é um dos principais, uma vez que muitos idosos não têm conhecimento sobre as práticas básicas de cibersegurança ou não conseguem identificar as mais recentes ameaças tecnológicas. Além disso, os criminosos exploram frequentemente a confiança natural dos idosos em figuras de autoridade, o que aumenta a eficácia dos ataques de engenharia social.

Outro fator importante é o isolamento social de muitos idosos, o que os torna mais suscetíveis a esquemas fraudulentos que tiram partido de fatores emocionais, como as fraudes românticas ou de investimento.

Prevenção e sensibilização

Para combater esta tendência, a Check Point recomenda várias medidas preventivas, como a sensibilização dos idosos para a importância de verificar a autenticidade dos websites, a desconfiar de emails ou mensagens não solicitadas e a proteger as suas contas com palavras-passe seguras. A educação e a literacia digital são vistas como fundamentais para reduzir a exposição dos idosos às ciber ameaças.

A empresa sugere ainda que os familiares estejam atentos às atividades online dos seus parentes mais velhos, ajudando-os a identificar possíveis fraudes e a tomar medidas de precaução para proteger as suas informações pessoais e financeiras. Ao promover um maior conhecimento sobre cibersegurança entre os idosos, será possível reduzir os riscos de cibercrime e garantir uma utilização mais segura da tecnologia por parte desta geração.

OC/RPC

Nota do Editor: Estas recomendações devem ser seguidas por todos, porque estes problemas são transversais a todas as idades.
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