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Terça-feira, Setembro 17, 2024

Mulheres na Música (Parte 11): Diana Krall – Por António Ferro

Que me indulgenciem os amantes da “loirinha” que toca piano e fala “franciú…” mas eu prefiro a sua fonte de inspiração maior – Eliana Elias.

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António Ferro
António Ferro
Músico/Colaborador

No meu depreender, a Eliane Elias, canta e toca piano de jazz muito melhor… Eu sei que o meu amigo e grande crítico de jazz e blues – António Curvelo – tentou variadíssimas vezes,  convencer-me a reconhecer méritos na cantora e pianista de jazz, com mais prémios alcançados em toda a história do jazz; sempre a vi como uma óptima pianista de hotel… Com a vantagem de não deixar os copos de vodka nas teclas agudas do piano, como deixava o meu amigo André Sarbib… Deixava! Depois de ter tocado no Matosinhos em Jazz, com o Joe Lovano, deixou de deixar…

 Um dia desses (de sorte), tirei uma fotografia com a maior arranjadora de jazz do momento – Maria Schneider e qual foi o meu espanto, quando um ano volvido, ela  confessou que a sua mãe me tinha achado um homem muito bonito e que seria um bom partido para ela. (passei ao lado de uma grande carreira como copista de partituras…) olha as desculpas que arranjas para não escreveres sobre a raínha do jazz…

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DIana Krall. Direitos Reservados

A Rainha do Jazz

Diana Krall, aos quatro anos já se sentava ao piano e tentava descobrir as notas que podiam estar, para lá de um simples acorde maior… o que lhe valeu, com a precoce idade de quinze anos, ter actuado nos melhores restaurantes de Nanaimo, sua terra Natal. Há pouco tempo, num gesto de reconhecimento autárquico local, mudaram o nome da principal praça de Arbourfront Plaza, para Diana Krall Plaza. (mas porque é que eu não me chamo Elvis! Não Presley, mas Costelo…)

Do casamento com o britânico Elvis Costelo, nasceram os gémeos Dexter e Frank e a família ficou completa! O contrabaixista Ray Brown que tive o prazer de o invitar ao Funchal Jazz, foi o primeiro a descobri-la. O seu primeiro disco “Steppin Out”, gravou ao lado de dois monstros sagrados do jazz, John Clayton e Jeff Hamilton. O terceiro disco que esteve 70 semanas na lista da revista Bilboard, é dedicado ao grande pianista e cantor Nat King Cole.

Com o seu trio, composto por Russel Malone na guitarra e Cristian McBride no contrabaixo, gravaram o disco “Love Scenes”.

Em 2000, aproveitando uma digressão de Tony Bennett e com arranjos de Jonny Mandel, lançou o disco ”Wen I Look in Your Eyes” que lhe valeu o prémio de Melhor Disco do Ano – Disco de Platina (agora digam lá que só os cantores pimbas é que gravam discos de platina…) a sua primeira gravação ao vivo (sem rede) foi, como não podia deixar de ser, em Paris no Olympia (para variar…) “Live in Paris”.

Ray Charles convidou-a para participar no disco “Genius Loves Company” (a canadense estava lançada!).

Tommy LiPuma que já anteriormente lhe tinha lançado o olho, apresentou-lhe os grandes compositores americanos. Irvin Berlin, Cole Porter, Ricard Rogers e Lorenz Hart. O poeta Norman Gimbel, escreveu uma letra em inglês para a Insensatez (How Insensitive) de Tom Jobim e Vinicius de Moraes e o Brasil passou a amá-la.

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DIana Krall – Direitos Reservados

Até a indústria automobilista japonesa a contratou para o lançamento de uma campanha da Lexus…

Com dezasseis discos lançados, selecionada pela marca de pianos Steinway, para ser a sua imagem de marca, com a participação em oito documentários e filmes e com os prémios: “Best Vocal Album”, “Album of The Year”, “Best Engineered Album Non-Classical”, “Best Pop Colaboration With Vocals”, “Best Instrumental Arranged Accompanying Vocalist”, “Best Mainstream Jazz Album”, “Vocal Jazz Album of The Year”.

Uma situação tenho que reconhecer, Diana Krall com o seu ar de menina “bem- comportada” e com muito boa apresentação, conquistou muitos ouvintes para o jazz, sim porque o jazz não é assim tão fácil de entrar no ouvido…

Ainda me lembro, com quinze anos no Cascais Jazz (Dramático de Cascais), lá acompanhava os meus amigos de Campo de Ourique e como não entendia a música, divertia-me a engendrar e a propelir aviões de papel para o palco (normalmente alvejavam o baterista); no outro dia, numa das gravações da RTP dos antigos concertos do Cascais Jazz, lá vi o meu avião a amofinar o baterista… Quem diria que decorrido três anos, lá estava eu a actuar com a Go Graal Blues Band e transcorrido seis anos, não em Cascais, mas no Estoril, com a Rui Veloso Blues Band. Nunca inferi por que é que ensaiámos quinze dias para consumar um único concerto (se forem ao you tube e colocarem Rui Veloso blues, está lá o nosso concerto).

Não quero terminar, sem dar a boa nova! O meu primo alentejano André vai lançar os meus oito livros em quatro anos, na sua editora “A Ferro e Fogo” e no próximo Outono, os meus queridos leitores, terão acesso ao livro, “Mulheres da Música de A a Z”

 

  1. Enquanto estava a escrever o artigo, resolvi colocar a Diana a tocar de fundo, mas ela que me perdoe…Continuo a preferir a cantora e pianista brasileira Eliana Elias…(também esteve no Funchal Jazz, quando este era um grande festival…)

 

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