16.3 C
Porto
19 C
Lisboa
19.9 C
Faro
Terça-feira, Outubro 15, 2024

Estudo da Universidade do Porto revela que proteínas na urina das grávidas podem prever doenças cardiovasculares

A presença de determinadas proteínas na urina das grávidas pode ajudar a identificar as que correm maior risco de desenvolver problemas cardíacos no pós-parto, indica um estudo hoje divulgado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

As mais lidas

O trabalho, que foi publicado no final de junho na Scientific Reports (grupo Nature), analisou as proteínas presentes na urina (proteoma) de 59 grávidas, das quais 32 eram saudáveis e 27 tinham pelo menos um fator de risco cardiovascular.

Em comunicado, a FMUP descreve que foram realizadas medições durante o terceiro trimestre de gravidez e seis meses após o parto.

Tendo em conta que a gravidez obriga o corpo da mulher a adaptar-se ao crescimento e desenvolvimento do feto e que o coração é um dos órgãos que sofrem ajustes, como um aumento da massa do ventrículo esquerdo, o principal objetivo deste estudo era a identificação do perfil de proteínas na urina de mulheres sem fatores de risco e com fatores de risco, nomeadamente obesidade e/ou hipertensão e/ou diabetes tipo 2 ou gestacional.

Entre as 342 proteínas presentes na urina consideradas, a investigação identificou 17 proteínas relacionadas com alterações cardíacas persistentes após o parto, nomeadamente com o aumento da massa do ventrículo esquerdo.

Os autores concluíram que as proteínas identificadas na urina podem indicar como o coração se readapta após a gravidez.

Algumas dessas proteínas sinalizam “uma recuperação mais lenta do ventrículo esquerdo, enquanto outras indicam um retorno mais rápido à condição normal”, é descrito na síntese.

Assim, estas proteínas poderão funcionar como biomarcadores, refletindo as mudanças estruturais e funcionais que ocorrem no coração durante e após a gravidez, ou seja poder-se-á sinalizar grávidas com maior probabilidade de desenvolver alterações cardiovasculares, nomeadamente uma remodelagem cardíaca incompleta, que parece ser precursora do desenvolvimento das doenças cardiovasculares a longo prazo.

Esta abordagem salienta a pertinência de um acompanhamento mais próximo dessas mulheres principalmente após a gravidez”, alertam os investigadores, citados no comunicado da FMUP.

Distinguido com o Prémio Saúde Cardiovascular da Mulher pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia conjuntamente com a Organon no Congresso Português de Cardiologia 2024, este estudo é parte integrante do projeto PERIMYR, uma iniciativa que visa aprofundar o conhecimento sobre os riscos cardiovasculares durante a gravidez e no período pós-parto.

OC/AJS/lusa






- Publicidade -spot_img

Mais artigos

- Publicidade -spot_img

Artigos mais recentes

- Publicidade -spot_img