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Segunda-feira, Maio 12, 2025

Educar em 2030. O papel dos Professores, Governos e Sociedade Civil na formação dos Jovens – Por Clara Boavista

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Em 2030, os professores continuarão a ser figuras centrais na educação, mas com um papel mais abrangente: serão facilitadores da aprendizagem, guardiões de valores humanos e orientadores de percursos pessoais e profissionais. Num mundo cada vez mais digital, globalizado e imprevisível, os professores precisarão de formar alunos resilientes, críticos, criativos e emocionalmente equilibrados, capazes de aprender ao longo da vida e de se adaptarem a realidades em constante mudança.

Os professores precisarão de reinventar práticas pedagógicas, promovendo aprendizagens ativas, colaborativas e significativas, incorporando tecnologias com sentido, de modo a enriquecer o ensino.

Será fundamental fomentar competências socioemocionais, nomeadamente a empatia, a ética, a comunicação, a gestão emocional e o trabalho em equipa. Além disso, os professores deverão promover a autonomia e ajudar os alunos na descoberta de talentos, interesses e vocações, orientando-os sobre percursos educativos e ajudando-os a traçar caminhos e metas realistas.

Cumpre também ao professor estar presente de forma afetiva e oferecer apoio emocional nos momentos de maior dificuldade do aluno, desempenhando um papel de mentor, mediador de conflitos e gestor da sua inteligência emocional. Não podemos esquecer que um bom professor não ensina apenas conteúdos disciplinares — forma pessoas, abre caminhos e deixa marcas para a vida inteira.

A Escola deverá criar ambientes de aprendizagem inclusivos, flexíveis, seguros, dinâmicos e motivadores, onde todos os alunos possam crescer com as ferramentas necessárias para se tornarem cidadãos conscientes, responsáveis e capazes de contribuir positivamente para a sociedade. Deverá ter autonomia para inovar, com currículos abertos, horários ajustáveis e foco no desenvolvimento integral do aluno e no seu bem-estar, assim como na saúde mental dos professores. A colaboração com as famílias e as comunidades deverá ser reforçada e o papel da escola, enquanto espaço de partilha e construção coletiva, necessitará de ser fortificado.

O nosso contributo, enquanto sociedade, é garantir que cada aluno se sinta valorizado, apoiado e inspirado a alcançar o seu pleno potencial – motivando-o constantemente e proporcionando-lhe a autoconfiança necessária para o seu crescimento pessoal e coletivo. A sociedade terá um papel ativo no processo educativo, envolvendo-se em projetos, debates e apoios às escolas locais, e deverá ser o garante da promoção da equidade – assegurando que nenhum aluno fica para trás independentemente do contexto social ou geográfico em que se insere.

Aos governos caberá investir de forma consistente na Educação, garantindo recursos, infraestruturas e boas condições de trabalho. Deverá formar e apoiar os professores,
com programas de formação contínua de qualidade, incentivando sempre a carreira docente.

Por outro lado, num contexto de permanentes mudanças, os governos deverão adaptar as políticas educativas às novas realidades, com o foco em competências – chave para o século XXI, como a literacia digital, ambiental e global, além de promover a justiça social através da educação, combatendo as desigualdades e assegurando oportunidades para todos.

Em 2030, educar será, mais do que nunca, um esforço conjunto. Para que os jovens estejam preparados para o futuro, todos — professores, escolas, sociedade civil e governos — devem assumir a sua parte neste compromisso. Só assim construiremos uma educação capaz de formar cidadãos conscientes, competentes e preparados para transformar o mundo.

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