Nas águas que rolam, vertentes do peito,
O pranto dissolve a dor sem ter jeito.
Num pranto profundo, a alma se acalma,
Que lágrima brota e renova a alma.
Chorar é o rio que leva embora,
O peso que fere, que tanto aflora.
No sal que escorre, há cura escondida,
No pranto, renasce a força da vida.
Cair do olhar não é fraqueza,
É gesto que traz à dor leveza.
Quem chora liberta do peito a trama,
E apaga as cinzas de antiga chama.
Oh, doce alívio, que o choro alcança,
Na lágrima mora um sopro de esperança.
E após a tormenta, o sol reaviva,
Pois alma que chora é alma que é viva.
Maria Manuel Teixeira Lopes
Poetisa
Poetisa