Aviso sério: Isto é turismo, cidades, governação, qualidade de vida, amizades. Tudo o que procuro satisfazer nos conhecimentos que acrescento. Não quero, como princípio, fazer deste texto uma despedida “forçada” de relacionamentos antigos e que manterei a todo o custo. De todo. Mesmo a referência ao Ditador do Zaire e às críticas negativas que aponto no texto, remetidas oportunamente, sem êxito, à autarquia de Lagoa ao longo dos anos e com fotos.
Por isso, expresso aqui, a profunda gratidão a todos(as) que proporcionaram momentos inesquecíveis e experiências à minha família e que “morrerão” comigo. Gratidão, nunca me cansa e este é um dos grandes segredos da vida: aprender a dar valor a tudo aquilo que temos. Às vezes, não é fácil encontramos as palavras certas para expressar a gratidão e o que sentimos. Mas é o que me vai no coração, com amizade. Viver é um presente que, infelizmente, não é para todos. Agradeço todos os dias pela vida e pelas emoções que me criou! Ao longo desta, sempre voltei aos lugares onde fui feliz. Sempre! Porches está no meu coração, com o Sr. Ferreira, a Família Bonelli, a Patrícia, a Regina, o João, o Rogério e, também, a Joana, que foram inexcedíveis e lembranças boas de 30 anos de convívio, num período de ferias, sempre, como se fosse a minha casa, a minha família. Nunca me sentiria bem, noutro lugar, no Algarve, sabendo que os tinha lá, num sítio tranquilo, onde as férias sabem mesmo a férias.
Teria sempre de voltar, porque somos amigos para a vida e a amizade que nos uniu, independentemente do futuro, é para se manter. Grato por todo o acolhimento ao longo de uma vida e a minha filha Josefina fala, da “casa branca”, com alegria nos olhos e como alegria, evita os maiores males e prolonga a vida, tenho sempre de manter viva a recordação. Gente boa, acolhedora, afável e simpática. Recordo o primeiro ano, em Porches, numa albergaria chique, aconselhada por amigos, à beira da estrada, plantada a “paredes meias” da casa imperial do ditador Mobutu Sese Seko e a sua extensa comitiva, de 7 mulheres e uns 350 elementos.
Confesso que estranhei, mas entranhou-se de imediato. Poucas vezes os vi, nos anos seguintes, até porque Mobutu faleceu em 1997 – Presidente do Congo (político/oficial militar congolês, o primeiro e único presidente do Zaire de 1971 a 1997) e passava férias na sua Casa Solear, hoje abandonada, mas ainda com destroços das suas viaturas empoeiradas, que se apreciam da rua. Aprendi a montar a Iris (uma égua) com o mestre João (cavaleiro) nos estábulos do Mobutu. Tudo isto, em Lagoa, que também passei admirar, pela gastronomia (Xerém) e as suas praias fantásticas ao longo da costa, que visitei uma a uma, com detalhe, de mar e por terra: Praia de Albandeira; Praia da Angrinha; Praia do Barranco; O parque aquático Slide & Splash; Praia do Barranquinho; Praia de Benagil; Praia dos Beijinhos; Praia dos Caneiros; Praia do Carvalho; Praia de Carvoeiro; Praia da Corredoura; Praia da Cova Redonda; Praia de Ferragudo; Praia Grande (Ferragudo); Praia do Levante; Praia da Malhada do Baraço; Praia da Marinha; Praia da Mesquita; Praia do Mato; Praia do Molhe; Praia Nova; Praia de Nossa Senhora da Rocha; Praia do Paraíso; Praia do Pau; Praia do Pintadinho; Praia dos Tremoços; Praia do Vale de Centeanes; Praia do Vale do Olival; Praia da Infanta; Monte Carvoeiro. Lagoa é uma cidade portuguesa do Distrito de Faro e integra a sub-região (NUT III) e região (NUT II) do Algarve com 6010 habitantes (censos 2021). É sede do Município de Lagoa, com 88,25 km² de área e 24 072 habitantes (censos de 2021) subdividido em 4 freguesias (uma é Porches).
A atividade piscatória (comunidades de Ferragudo, Benagil, Carvoeiro e Senhora da Rocha), a cultura da vinha (Caramujeira e de Vale d’El Rei) e a tradicional cultura de sequeiro (alfarroba-nos primeiros 2/3 anos após a plantação, regar 3 ou 4 vezes no Verão. Colhe-se em agosto/setembro, sendo a variedade mais usual a Mulata, com cerca de 90% das alfarrobeiras enxertadas) constituíam, até algumas décadas atrás, as principais fontes de receita do município.
Lagoa é um município rico em praias, mas todas têm défices de qualidade para os banhistas: falta de água (falam na dessalinização, mas deve demorar 20 anos) falta de lava-pés, parques de estacionamento empoeirados e acessibilidades difíceis. Aliás, se pontuasse um premio de Inclusividade, Lagoa e Porches, como freguesia, teriam a nota mais baixa de Portugal: as cadeiras de rodas não circulam nos passeios, com cabos elétricos mal fiscalizados, caldeiras de arvores como armadilhas, etc. Tem praias em visível crescimento, quer de infraestruturas quer de qualidade das águas e dos ambientes envolventes e começa a competir com as apelativas praias de Portimão e Albufeira, mas penso que podem fazer muito mais.
Vamos ver se a taxa turística que implementaram, este ano, ajuda a algo que possam melhorar, se bem que não acredito. Serve o presente, sem vos maçar, para agradecer a todos, o acolhimento, fazendo votos de que não seja a última vez, em Porches, e que os reencontros sejam mais intensos, para o que nos resta da vida terrena.
Agradecer ao Paulo, à esposa Silvia, do Restaurante Lota, (verdadeiros embaixadores, nesta cidade) pela excelente gastronomia, em Armação de Pera (1,5km de Porches) e ao Sander Rietkerk do Oásis, no Carvoeiro, pelo acolhimento familiar e qualidade da comida. Bem Hajam e saúde para o futuro. Não me canso de agradecer a cada pessoa, cada erro e a cada acerto. Tudo o que sou é resultado do que a vida me ensinou e me vai dando a conhecer e a aprender. Fruto das circunstâncias, sem dúvida. Até breve Albergaria Dom Manoel.
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”