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Sábado, Dezembro 7, 2024

Pedro Nuno Santos acusa primeiro-ministro de ter desvalorizado greve no INEM

O secretário-geral do PS acusou hoje o primeiro-ministro de ter desvalorizado a greve no INEM e defendeu que a ministra da Saúde “não é a única responsável” pelos problemas no setor mas que “até agora só falhou”

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“Não nos enganemos, o principal responsável é o líder do Governo, que, aliás, nós não temos visto em todos estes dias do INEM (…) Um problema gravíssimo. Aquilo que tivemos do primeiro-ministro não foi a transmissão de empatia, de que tinha a consciência da gravidade do problema, tivemos sempre, sim, alguém a desvalorizar”, disse Pedro Nuno Santos, à margem de uma visita a uma empresa do setor metalomecânico, na Maia, no distrito do Porto.

Para Pedro Nuno Santos, “a responsabilidade não é só da senhora ministra, é do primeiro-ministro, que escolhe a senhora ministra e decide manter a senhora ministra e que em todo este processo, o primeiro-ministro, não revelou em nenhum momento ter a consciência da gravidade do que aconteceu e de dizer alguma coisa sobre o tema”.

Confrontado com a explicação de que os problemas no INEM não começaram com o atual Governo, Pedro Nuno Santos considerou que a “consciência de que havia problemas estruturais no INEM não diminui a responsabilidade do Governo, aumenta a responsabilidade do Governo porque se achavam que havia problemas estruturais não tinham desvalorizado pré-aviso de greve e a greve como acabaram de fazer”.
“Por isso é que todos nós estamos à espera que termine o inquérito para perceber as causas e as razões destas 11 mortes porque, obviamente, se todos concluirmos que estas mortes podiam ter sido evitadas se a greve tivesse sido gerida de outra forma, aí temos todos que tirar consequências”; defendeu.

No entanto, o líder socialista recusou-se, apesar da insistência por parte dos jornalistas, a dizer se achava que a atual ministra da Saúde tinha condições de se manter no cargo: “Por menos o PSD exigiu a demissão e, obviamente, que os políticos devem procurar ser coerentes, não podem ser mais exigentes com o Governo do PS do que com o seu próprio Governo”.

“Não cabe ao líder do PS pedir a demissão, essa é uma conclusão que deve tomar a senhora ministra”, salientou.

Mas, salientou não confiar na equipa de Ana Paula Martins: “Quando nós olhamos para os últimos meses não nos podem pedir para termos confiança numa equipa que, até agora, só falhou”.

Questionado sobre a notícia de que o Serviço Nacional de Saúde vai, afinal, ter um prejuízo de mais de 217 milhões de euros no próximo ano, o ex-ministro das Infraestruturas defendeu que “é inacreditável”.

“Estamos a falar de um desvio de algumas centenas de milhões de euros. Aquilo que até mais me chamou a atenção é que uma fatia desta despesa é com a contratação de serviços, o que significa, mais uma vez, uma aposta deste Governo na contratação externa”, disse.

Quando confrontado com a defesa do Governo de que aquele desvio se deve ao Governo anterior, o líder socialista acusou o atual Governo de se querer desresponsabilizar: “As contas que corrigiu agora podiam estar corrigidas há alguns dias, o Governo não se pode estar sempre a desresponsabilizar (…) Governar não é só apresentar ‘powerpoints’”.

“Governar é lidar com problemas concretos e resolve-los, coisa que infelizmente este Governo, todos os dias, mostra que não é capaz”, acusou.

OC/JCR/SF/RPC/Lusa

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