Apaixonamo-nos e viramos o mundo do avesso. Mas um avesso sem costuras.
Os dias clareiam e assaltam-nos os desejos.
Voltamos a gostar da janela escancarada e das carícias do sol. Voltamos a gostar das madrugadas, das noites inflamadas e de rosas entre os lábios.
De novo, o mesmo céu, a mesma linguagem.
Perdemo-nos na mesma história e na ondulação mansa dos corpos.
Inventamos equinócios e solstícios na beleza dos nossos beijos.
Na fusão da nossa pele.
Os beijos sobem-nos à boca e corre-nos um rio em desalinho.
Tomam conta de nós todos os voos.
De repente seguramos todos os instantes, desprendemos risos claros e descobrimos a forma sadia da paixão.
Existimos na permuta das nossas mãos.
Professora e Escritora