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Terça-feira, Outubro 15, 2024

Edgard Panão – Homem de esperança e sempre com ideias abertas e livres

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Rosa Fonseca
Rosa Fonseca
Professora e Escritora
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Professor Edgard Panão, em 2017. Direitos Reservados

Quem é Edgard Panão? – Homem de esperança. Homem de ideias abertas e livres, ético e reflexivo

Um Humanista
Na sua escrita deixa-nos, sempre, elevados pensamentos, para nosso esclarecimento e meditação futura!

Será sempre muito complexo falarmos de um ser humano tão singular nas distintas dimensões da sua vida. As minhas palavras serão exíguas para quem é um profundo conhecedor da História Humana.
Edgard Panão nasceu em São Miguel de Penela, mas viveu, desde criança, em Miranda do Corvo. Foi batizado na Sé Velha de Coimbra, cidade que haveria de marcar-lhe toda a sua formação cívica e académica como estudante de Coimbra. Esta foi sem dúvida, o palco dos seus estudos: licenciatura em Ciências Históricas e Filosóficas; posteriormente, frequenta a Faculdade de Direito.

O seu percurso académico estende-se pela docência e outros cargos como Diretor, Vice-Reitor e Reitor no Liceu Nacional de Leiria. Passou ainda por Angola e Díli. Teve em vista a criação das primeiras Escolas Superiores de Educação, em Portugal, participou em reuniões de trabalho com responsáveis de Escolas Normais Superiores, Escola Normal de Merignac, Bordeus e Escola Superior de Formação de Professores de Málaga, Espanha.

Foi e continua a ser, apesar da sua longevidade, um homem de ideias abertas e livres, ético e reflexivo, com um percurso intelectual e cívico, ímpar.
Depois de se aposentar como professor de Filosofia da Escola Secundária José Estêvão, de Aveiro, tem-se dedicado à investigação histórica e genealógica para publicação, juntamente, com trabalhos doutra índole. É Académico Honorário da Academia Portuguesa da História.

A sua poesia apresenta-nos estilos variados e com mensagens tão profundas e inquietantes que desarma qualquer leitor. A sua obra é opulenta em valores humanos: sentimentos e afetos. Recorre à memória, levando-nos, pela mão, àqueles tempos e lugares tão únicos. É através da sua narrativa que nos encontramos, tantas vezes, com um passado que engrandece o povo que somos. Nos seus belos poemas ensina-nos ou aprendemos a capacidade de transverter as contrariedades da vida.

O Doutor Edgard Panão, é um exímio escritor, poeta e ensaísta. É um homem de causas e valores humanos. É, e continuará a ser, um homem inquieto, que jamais poderá calar-se face aos problemas que assolam a nossa sociedade. É um homem sábio e prudente, procurando que cada um se descubra à maneira socrática, vindo a conhecer-se e a pensar por si próprio.

Da sua extensa obra destaco alguns dos seus livros: Campos de Miranda – “Um outro lado do tempo ou o propósito de evocar a juventude”, completa a trilogia composta por “Campos de Sombras”, “Campos de Arruda”. Outros como, “Cartas a Ana de Leonardo”, “Os convencidos da vida”, “Os Trautos de Miranda”, “O Bulário da Casa Grande”, “Campos de Lírios”, “O Moleiro Inteligente”, “Comentário – O outro lado da coisa”. Entre as obras mais recentes destaco a “A Herdeira da Casa Grande” onde o autor pretendeu fazer um elogio à mulher que o acompanhou em mais de sete décadas de vida em comum, unidos por laços de afeto, que são delicadamente sublinhados na sua última obra “O amor não cansa”.

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Diversas obras do autor. Direitos Reservados

Nesta breve resenha sobre Edgard Panão gostava de referir que o conheci em 1985, então Diretor da escola onde ingressava, e, com ele, fiz um dos exames orais mais marcantes da minha carreira; falámos de Platão e Sócrates e fiquei logo com vontade de continuar a estudar Filosofia e conhecer o meu interlocutor. Desenvolvi pelo Dr. Panão uma empatia que se mantêm até hoje. Tenho imensa consideração e admiração por quem é e pelo seu notável trabalho literário. Sou-lhe grata também pelos seus ensinamentos.
“O Dr. Edgard Panão é poeta eternamente: enquanto sonha, enquanto pensa, enquanto escreve…enquanto vive. “
Na sua escrita deixa-nos, sempre, elevados pensamentos, para nosso esclarecimento e meditação futura!

É tão extensa a sua obra, quanto a sua própria vida.
Que felicidade quando recebo os seus livros!
Recordarei com ternura e gratidão, o dia em que entrou na sala onde eu apresentava um dos meus livros, em 2017. Trazia-o debaixo do braço. Não o via há muitos anos.
Que orgulho tão grande. Enternece-me a sua generosidade.
Obrigada!




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