Critica de cinema
Fiquei com a nítida sensação de que estava a enxergar um filme, dos que são difundidos nos diversos canais televisivos, sobre uma temática congénere.
Inicializamos pelo argumento. Mas que argumento original é este, que nos conta a história de um menino mimado russo, Vanya Zakharov (Mark Eydelshteyn), filho de pais milionários que se envolve com uma prostituta e que acaba por casar com ela em Las Vegas.
Os capangas do oligarca russo, acabam por tentar resolver a conjuntura que não logram desintrincar a mesma … Um avião particular traz a mãe (Davia Erasmaova) que manda em tudo e em todos, inclusivamente no pacóvio do marido (o seu papel é tão insignificante que nem consegui memorizar o seu nome), com a finalidade de vir anular o casamento. É este o resumo do argumento deslumbrativo. Anora aqui representada por Mickey Madison, é uma jovem stripper uzbeque-americana de Brighton Beach, um enclave russo na cidade de Nova Iorque. Como ela é minimamente fluente nessa língua, o chefe do clube noturno faz amiúde um esforço, para lhe arranjar clientes russos. Depois dela conhecer Ivan “Vanya” Zakharov (Mark Eydelshteyn), um romance aguça-se e inflama que, além de seu desejo de evitar a deportação, leva à sua fuga (onde, finalmente, se instala um pouco de ação).
O seu casamento de conto de fadas em Las Vegas, é ameaçado quando os pais de Vanya, viajam para Nova Iorque, com a intenção de forçar uma anulação que acabam por conseguir, com a assinatura dos dois.
O filme termina com uma cena de sexo no carro entre Anora e Igor, um dos capangas, representado por Yura Borisov. Mas que insinuante e magnética história, do seu realizador Sean Baker! Que com intrépidas e deslumbrativas imagens nos presenteia…
Será que na última viagem de Trump ao seu “agora” amigo Putin, ele lhe pediu para interceder sobre este filme junto da Academia?…Agora ficamos com as palavras dos entendidos…
“ANORA!, estreou no Festival de Cannes em 21 de maio de 2024, e ganhou a Palma de Ouro do festival em 25 de maio, do mesmo ano. Recebeu uma ovação de pé de dez minutos no final de sua exibição (de pé?…), Tornou-se o quinto vencedor consecutivo da Palma de Ouro distribuída pela Neon nos Estados Unidos. É também o primeiro filme americano a ganhar a Palma de Ouro desde “A Árvore da Vida”, de 2011. O filme também foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Festival de Cinema de Nova Iorque, no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian e foi selecionado pelo Festival Internacional de cinema de Busan, no Festival de Cinema de Londres e no 19º Festival de Cinema de Roma, entre outros.
Das duas uma: ou eu não entendo nada de cinema, o que é uma hipótese a considerar, ou a Academia de Cinema, cada vez torna-se mais impremeditável e adventícia …
Quando há uns anos a Demi Moore desempenhou um papel de prostituta, foi muito criticada por todos. E agora é uma atriz que desempenha o papel de prostituta que ganha o prémio de melhor atriz? Será que o júri contemplou o extraordinário papel da Demi na “Substância”?
Sinceramente, não visionei as outras atrizes nomeadas, mas penso que a Demi Moore merecia este ano o troféu de melhor atriz!
Músico/Colaborador