Há poudos dias, dirigi-me ao Café da Casa da Música para conviver com um amigo, beber um café, quando deparei com um novo mobiliário. Por um lado, alegrei-me, pois já tinha feito um reparo sobre as antigas cadeiras pesadas e baderneiras… Divisei que nas primeiras filas se encontravam mesas postas para refeição e dirigi-me para as mesas do fundo.
Passados breves instantes, veio uma menina com o menu. Eu disse-lhe que esperava um amigo e que, depois, consultaríamos o dito menu. Estava a retirar um livro e algum material de apoio, quando sou interpelado por outra menina de menu em punho! Lá contei a mesma história e nessa mesma altura reparei que não estava no querido café, do qual guardo tão boas recordações, inclusivamente, toquei lá duas vezes, mais as recordações do encontro entre amigos, músicos e gentes da cultura. O café em que quase “lutávamos” por uma tomada para ligarmos o computador. Tudo isso já era…Agora estava transformado num restaurante!
A única solução, foi telefonar ao meu amigo e marcar um novo ponto de encontro. Quando me acerquei dele fui questionado: “qual a razão por não nos encontrarmos na Casa da Música?” E então contei-lhe o sucedido o que o deixou atónito e estarrecido. Comentou ele: “a rapaziada aproveitava o excelente ambiente, onde se encontrava sempre alguém conhecido, os músicos frequentavam o espaço. Era um local onde podíamos levar o computador, ninguém nos incomodava, nem sequer os empregados de mesa vinham ter connosco…”
– Lembras-te da revista com a programação a cores e em papel “couchet”? – Disse eu:- Foi substituída por um jornal , onde as informações gerais foram reduzidas a um quarto de página, com letras minúsculas que sinceramente não consegui ler…A paginação é inexistente, assim como a ficha técnica foi omitida, intitula-se este pasquim “Partitura”…
Como terão reagido os patrocinadores a estas mudanças?…Houve um tremendo corte de verbas? O que se passa com a Casa da Música?…
Músico/Colaborador