Antes de escrever estas linhas, fui reler o que escrevi sobre ele no artigo publicado neste jornal.
Mantenho e revejo-me no que na altura escrevi.
Uma coisa não impede a outra e tinha de escrever isto.
Estou com vontade de escrever sobre o início do seu mandato.
Foi a Kiev, muito bem, um líder não deve ter receio de ir ao terreno. Bonita atitude, parabéns.
Assim é que é, não ficar no gabinete e começar por onde está o conflito na Europa.
Costa conhece os meandros do poder, Bruxelas, Estrasburgo … já foi, por cá, Secretário de Estado, Ministro de várias pastas em diversos governos, Presidente de Câmara, deputado nacional e europeu e claro, Primeiro Ministro de vários governos constitucionais.
Com uma estaleca destas, Costa está à vontade nos corredores do poder da Europa que bem conhece.
Tem tarefa árdua. A União Europeia (UE) debate-se com divisões, diferentes visões, a várias velocidades, sem forças armadas europeias, em muitos e diversificados aspetos cada estado puxa a brasa à sua sardinha…
A atuação de Costa, não vai ser fácil, vai ter de se afirmar dia a dia, em muitos estados e com muitas personalidades.
Vai ter de fazer muitas pontes para evitar ruturas, colocar uns e outros a falarem entre si a bem de todas as comunidades.
Sabemos dos seus dotes diplomáticos.
Na agenda vai ter a Guerra da Ucrânia, a transformação do funcionamento da UE que é necessário e seu posicionamento no mundo.
A Europa encontra-se em confronto ideológico aberto, qual “Tsunami”, a que certas forças, leia-se extrema-direita, afirmam teses ao arrepio dos valores democráticos e dispostas a reverter direitos que levaram décadas a ser conquistados.
A ameaça de reversão vai ser uma constante no seu consulado.
A transição climática e digital que se pretende equilibrada e socialmente justa vai ser difícil de conseguir.
A Europa está dependente do gás russo. Frágil em muitas matérias com destaque para a energética.
A situação no Médio Oriente é a desgraça que todos sabemos, infelizmente.
Que diligências teve a UE?
Há vários países candidatos a aderir à união europeia, o seu alargamento, que em negociações também andam a várias velocidades e com avanços e recuos.
O ideal europeu, de prosperidade que se quer partilhada, é um objetivo difícil, trabalhoso, não obstante os muitos milhões de euros injetados em muitos países.
Perante tantos e tão grandes problemas, chegou a hora de mostrar o que vale.
No jogo de cintura que terá de fazer, a sua família política de que é oriundo é minoritária, vai ter de gerir muitas sensibilidades e construir muitas pontes.
Boa sorte, bom mandato, ou pelo menos o melhor possível.
Técnico de Formação Profissional