Conta-se que dois viajantes cruzaram-se num caminho de montanha. Um levava pão, o outro levava vinho. Sentaram-se para descansar, partilharam o que tinham… e, naquele encontro simples, descobriram que juntos tinham banquete.
Na vida, é muitas vezes assim: um encontro pode parecer pequeno, mas muda tudo. Um encontro pode abrir portas que pareciam fechadas. Pode transformar estranhos em amigos, colegas em parceiros, desconhecidos em aliados. Um encontro pode até mudar destinos inteiros.
O erro está em acreditar que os encontros se medem pela quantidade. Quantas reuniões tivemos? Quantos cartões recolhemos? Quantos contactos adicionámos? Na verdade, o poder está na qualidade e na intenção. Num olhar atento, numa escuta verdadeira, num gesto de confiança. Vivemos num tempo em que tudo é rápido, imediato, descartável. Mas ainda é nos encontros humanos, presenciais, sinceros, que se constrói o que é duradouro: relações, negócios, comunidades. O networking não é sobre trocar cartões. É sobre trocar destinos. Albert Schweitzer dizia: “Às vezes, a nossa luz apaga-se, mas é reacendida num instante pelo encontro com outro ser humano.” Maya Angelou acrescentava: “As pessoas vão esquecer o que disseste, vão esquecer o que fizeste, mas nunca esquecerão como as fizeste sentir.”
Essas frases lembram-nos que os encontros não se medem em números, mas em impacto. O Dr. Ivan Misner, fundador do BNI, resume-o de forma clara: “Networking is more about farming than it is about hunting. It’s about cultivating relationships, not collecting contacts.” (“Networking é mais sobre cultivar do que caçar. É sobre cultivar relações, não colecionar contactos.”)
Pessoalmente, aprendi isso em cada sala de reuniões, em cada café, em cada mesa de networking. A minha vida e o meu percurso foram profundamente marcados por encontros que pareceram pequenos no início, mas que se tornaram gigantes com o tempo. A grande pergunta que deixo é: estamos preparados para dar ao próximo encontro o valor que ele merece? Porque nunca sabemos se será “apenas mais um café”… ou o momento que muda a nossa vida, ou a de alguém para sempre.

Empreendedor no setor da saúde visual, fundador da Eyephoria, Co-Fundador iCare Group, e do projeto Visionnaire Eyewear Concierge. Defensor da ótica independente com propósito, da distribuição justa e do cuidado visual centrado nas pessoas