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Quarta-feira, Março 26, 2025

Não é preciso ver para crer! – Por Victor Carvalho

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Victor Carvalho
Victor Carvalho
Técnico de Formação Profissional

Com o devido respeito por quem não a tem, tenho para mim, que quem tem Fé é um privilegiado. Seja qual for a sua religião, acreditar, ter Fé, também funciona como uma espécie de seguro de vida.

Cada ser humano tem as suas crenças ou falta delas, agnósticos/as, ateus/ateias.

Muitas podem ser as razões que nos conduzem à Fé. Cada um saberá da sua situação.

Numa leitura muito, mesmo muito simplista, digo que uns sentiram vocação, ínfima minoria enveredou pelo estudo e tornou-se profissional da sua religião, outros vão por tradição – “os meus pais já eram assim e assim quero continuar”, outros, em algum momento da vida, se fez um “click”, aculturam-se e, por influência do marido, esposa ou algum familiar, amigo/a passaram a frequentar os ambientes religiosos. Os primeiros sentiram um “chamamento”, os segundos e terceiros vão frequentando e participando, mais ou menos ativamente.

Outros sentiram o “chamamento” mais tarde e, sendo leigos, prosseguiram a sua caminhada…

Todas as situações são respeitáveis e conduzem à Fé.

As religiões têm crentes de todas as idades e condições sociais.

Bem poderia ser uma conversa ecuménica, o que pretendo enaltecer são aqueles/as que tendo tido a infelicidade de ao nascer ou em tenra idade terem ficado cegos/as, não conheceram as cores do mundo e só conheceram a escuridão, e, tendo Fé, assim permanecem.

Aqueles/as que por razões de saúde e/ou acidente, ficaram sem visão, perante quem me curvo diante de tanta infelicidade, outros até aprofundaram o humor, também merecem uma palavra de acolhimento fraternal.

Conheço uma jovem com deficiência física e seu namorado, que é invisual, são jovens católicos e de muita Fé. Ela é operadora num supermercado cá do burgo; a trabalhar é empática, cumprimenta cliente a cliente e acrescenta um sorriso. Transmite alegria.

Como esta alegria era tanta, há dias, mesmo a trabalhar e, porque nos conhecemos, perguntei a que se devia. “Sabe, eu e o namorado tomámos uma resolução, vamos casar”. Obviamente que lhe dei os parabéns, conheço-os e desejei felicidades. O jovem fez uma caminhada notável, não obstante a infelicidade que teve de ser cego, não deixou os seus créditos por mãos alheias. Investiu na sua formação, licenciou-se e continua a apostar no desenvolvimento da sua carreira/vida.

Certamente que conhecemos muitos mais casos de sucesso, seja em jovens ou menos jovens. Importa, perante o infortúnio de não poder ver, que se invista em formações e, ao longo da vida, de modo a minorar a difícil situação.

Graças a variadas tecnologias, os invisuais têm hoje ferramentas que ajudam a minorar o sofrimento da sua condição. Pensamento positivo contribui para alavancar a vida. Toda uma “entourage” de familiares e amigos, as envolvências das comunidades ajudam, quem tem Fé, todo um trabalho espiritual conduz ao bom caminho…

Num mundo que regista tantas mudanças a uma velocidade estonteante, à qual todos acabamos por nos render, um dia, há quem não se aperceba e valorize estas situações.

Cegueiras há muitas. Na escola, no trabalho, na política, na vida, todos conhecemos, em algum momento da vida, casos… Não raras vezes, os invisuais dão lições de vida aqueles que tendo visão, têm outras cegueiras.

Como diz o nosso povo- “O maior cego, é aquele que não quer ver”.

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