6 de Outubro de 2024, 21.15h. The show must go on. O título aponta um ator global, com trabalho de marketing e internacionalização. Quem passa pela página do ator percebe a sua dimensão artística: https://www.robertocarlos.com/agenda/. Roberto Carlos Braga dispensa apresentação: Cachoeiro de Itapemirim, 19-04-1941, cantor, compositor e empresário brasileiro.
Em tempos foi considerado pela revista Rolling Stone Brasil, como o 6.º maior artista da história da música brasileira. É conhecido no Brasil e na América Latina como “Rei”, Roberto Carlos iniciou a carreira no início da década de 1960, sob influência do samba-canção e da bossa nova. “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”.
Roberto é isso mesmo. Confesso a minha curiosidade, até porque me faltava ao vivo e a cores, na “vasta” experiência em concertos, mas não só, também pela sua longevidade (83 anos) e pelo seu comportamento em palco. Retirando a normal emoção das verdadeiras(os) fãs que o artista tinha a seus pés, gostei do concerto, sóbrio de boa comunicação e com um publico cúmplice (7mil pessoas no Fórum Arena de Braga).
A InvestBraga não tem capacidade para organizar um evento desta dimensão. A sala era um auditório, com uma acessibilidade aceitável, para pessoas com mobilidade reduzida, só que os lugares sentados eram muitíssimo incómodos e muito apertados (Covid agradece). As assistentes de recinto, eram espetaculares na experiência dos clientes: disponíveis, amáveis e cordiais. Nada a apontar, já no final do espetáculo a anarquia era total na organização do parque automóvel.
Vi, num lugar de mobilidade reduzida, duas viaturas. Na saída do parque tinha uma baia colocada por um assistente, sem qualquer preparação para o efeito. Só dificultava. Se saímos relaxados e tranquilos, felizes até, direi mesmo, ficamos com uma irritação inesperada e escusada, preparada pela InvestBraga (empresa municipal, que detém a gestão do Fórum), demonstrando uma incapacidade total na gestão de um parque, com circulação anárquica. Inimaginável!
A minha única mágoa que me faz não voltar ao Fórum de Braga, por mais que goste muito, de quem lá vai atuar.
Na verdade, ao longo da minha vida, vi muitos ícones da musica global na vertente solo, mas também em grupo: Prince (intimista e em concerto de massas), Pink Floyd, U2, George Michael, The Rolling Stones; Guns N’ Roses; Nirvana; Led Zeppelin; AC/DC; Tina Turner; Bon Jovi; Linkin Park; Kiss; Scorpions; Aerosmith; Coldplay; Dire Straits; Foo Fighters; The Who; Alice in Chains; Radiohead; The Smiths; The Police; Eagles; R.E.M; The Cure; Sex Pistols; The Beach Boys; Chicago; Oasis; The Velvet Underground; The Cranberries; Talking Heads, Yes; Survivor; Blondie, Bee Gees; …ufa, foram muitos mais e todos estes grupos, ou cantores a solo, foram importantes no crescimento de gerações dos anos 70/80 e 90. Marcaram gerações, marcaram relações e marcaram acima de tudo a evolução da música nas suas vertentes. Voltei-me, também, para o jazz, blues, bossa nova etc. Não perdi “pitada” do que tinha direito, nesta fase da vida. É verdade que sempre fui fã do artista Roberto Carlos, de forma geral, aceitando a sua mensagem global, não só com temas onde o amor, era a palavra chave, mas também as “baleias”, que considero a primeira música com preocupações, verdadeiramente, ambientais.
“Não é possível que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor neste momento
Não é possível que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que você deixou manchadas
Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão
O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão
Como é possível que você tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro
Mudar seu rumo e procurar seus sentimentos
Vai te fazer um verdadeiro vencedor
Ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos
Numa canção que fala muito mais de amor
Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão
O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão
Não é possível que você suporte a barra.”
Compositores: Erasmo Carlos / Roberto Carlos
Roberto Carlos, decidiu brindar os portugueses com a comemoração dos seus 60 anos de carreira e nós retribuímos, porque continua a ser uma referência da música popular mundial. Demonstrou sobriedade, coerência, uma voz com vigor (experiente nas pausas com músicas do seu reportório), uma banda excelente, como disse, dos melhores do mundo e com um cenário muito bom.
Parabéns pelo encantamento que provocou, já que durante 2 horas ininterruptas de musica, conseguiu manter a chama do Amor, da Amizade e da Paz que afinal é o que nos mantêm e diferencia como humanos. Obrigado Roberto, bem-haja e saúde para mais uma tournée mundial.
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”
