«Um ano depois das eleições norte-americanas que deram a vitória a Donald Trump pela segunda vez, muitos eleitores latinos da Flórida, que apostaram no candidato republicano (promovendo aquele estado a bastião republicano sem lugar a dúvidas), hoje questionam a sua decisão. O discurso de prosperidade económica e ordem, que levou Trump à presidência, choca com a realidade da prática política pós eleitoral que não melhorou a vida das famílias desfavorecidas, bem pelo contrário, agravou-a. Com o passar dos meses a frustração e o arrependimento cresceram entre aqueles que votaram Trump e hoje enfrentam uma realidade marcada pelo crescente custo de vida, pelos cortes sociais e por uma política migratória que separou famílias na comunidade hispânica».
Este texto é o início de uma notícia escrita pelo jornalista Abel Fernández, publicada no jornal espanhol El País de 1 de Novembro.
Decidi transcrever aqui estas linhas como chamada de atenção para os votantes portugueses que adoram o “representante da política de Trump em Portugal” e votam numa extrema-direita selvagem, sem memória e sem um pingo de raciocínio próprio que não seja comandado pelos inimigos da Democracia.
Os habitantes hispânicos da Flórida, se pudessem voltar atrás não votavam em Trump maioritariamente, como votaram… a realidade mostrou-lhes a falsidade das promessas que nunca são cumpridas e que servem, apenas, de isco para a pesca de votos.
Por cá, os votantes extremistas que votaram por engano (quando não são extremistas e apenas declararam o seu descontentamento com um voto de protesto) se tomarem este exemplo da Flórida como lição, obrigam-se a pensar no modo de protestar “contra os políticos do costume”, sem agravarem o seu próprio futuro votando num inimigo que se finge amigo e que está pronto a transformar as suas vidas para pior, “comendo-os” como o lobo come os cordeiros que acreditam no olhar “tão pacífico” do predador.
Como dizia a minha avó: “Quem te avisa, teu amigo é…”
Jornalista/Cartunista






