Aturámos um patego no Porto, durante 12 anos sem obra e sem projeto de cidade. Os anos de 2001/2013 foram anos “negros” da cidade, onde o turismo chegou e ficou, sem qualquer regulamentação, à bolina da globalização e das Low-Cost. A cidade foi perdendo residentes e a solução foi, “vender“ a cidade aos “vistos gold”. Nada mais fácil e encapotado. Políticas e perspetivas erradas da cidade para o futuro que não foram a votos. Mas o povo quer lá saber! Escandalizam-se com as perdas…
A cidade cresceu em 2024 cerca de 35 mil habitantes de nacionalidades e proveniências diferenciadas, uns quantos de duvidosa qualidade para o futuro do Porto. Não sou contra a imigração, não, até porque somos fruto da emigração, mas deveria haver regulamentação e controle. Com a frequência que a família obriga, ao domingo, “recosto” no Jornal/SIC – higienizado, (tirando o pequeno comentador de metro e meio, que recuso ouvir, porque não fazia mais do que replicar o que lia no Jornal Expresso de sábado – felizmente, desapareceu) mesmo assim faço zapping de forma a acelerar as notícias para Programas que me cativam.
Normal, como outro qualquer. Vejo pouca TV a não ser jogos do FCP (sem entusiasmo) e alguns programas que prendem, porque divertem. Gosto de rir, nada mais. Tenho verdadeiro asco à forma e ao conteúdo aligeirado, como as notícias são comunicadas tratando, quem as vê, como mentecaptos e limitados ao estado vegetativo o que me irrita, solenemente (alguns dos “grandes” jornalistas, por questões de tensa, estão por lá – cada um sabe da sua vida).
Um destes dias, a gravação do RAP convidou, vá-se lá saber porquê, um Patego (pior Presidente, nas últimas décadas, segundo analise alicerçada em valores de investigação académica). Não percebi a oportunidade do convite, até porque esta figura não tem história… e tem carácter politico duvidoso, mentiroso e tachista sem par. Ofereceu ao RAP um avental maçónico e a foto de um militar a rir-se, desbragadamente, para forçar o ato de ser engraçado. Infeliz, no mínimo.
Um artista sem vergonha e desadequado, sem tempero e de risos fáceis, que mais não faz do que ostentar um duvidoso carácter, com desvio de personalidade. Aliás, sempre disse que o homem ria muito, ria por tudo e por nada. Importa justificar a importância deste putativo candidato e perceber o rasto que poucos ou nenhuns gostam de levantar. No que diz respeito a ódios de estimação, percebeu-se que o homem toma Kompensam para aturar o Marques Mendes e outros. Quanto ao aparato judicial do MP, nas buscas a sua casa, nada? Quanto ao Porto, perdeu a cidade, o Norte e o PSD com tão fraca figura, que de mentiras compulsivas (“não construir no parque da cidade”) iludiu quem votou e ganhou as eleições. Hoje, sugiro e só que passem no Parque da Cidade do Porto, para verificarem. As contas do Rally do Porto foram imputadas à empresa municipal e nunca foram do conhecimento publico. Os arrumadores foram “convidados” a sair do Porto e colocados em “resorts” (monte de Paços de Ferreira) à noite, para tornar o ambiente “mais romântico”. A capicua deu-se ao escolher, encapotadamente, um candidato à CM que atestava “como morto”… ressuscitou-o, tal e qual Jesus Cristo, deu-lhe vida e deu à cidade 12 anos de mais inercia e cosmética.
O PSD deve ter apreendido a lição, no Porto. Compreendo que o paradigma eleitoral se situa ao nível dos beijos/abraços dos candidatos, mas os partidos são responsáveis pela ascensão da che(a)ga social, com candidatos “pret-a-porter”, em que os extremos garantem a governabilidade a ladrões de malas; pedófilos; entre outros (vale tudo, mesmo que façam crer que são os “bons da fita”). Não se podem enganar. Estes mandatos, muitos eleitores votaram e arrependeram-se. Paciência, são 12 anos perdidos.
É tarde, muito tarde. Foram 24 anos perdidos para a cidade e para a região. Estudem e leiam os programas, aconselho. Isto é o que o sistema político não precisa: gente que usa a comunicação para encapotar as fraquezas e os desejos políticos. São Fracos e Maus para o sistema porque desvirtuam a democracia. Não consigo perceber, ainda, a mudança da configuração sociológica da nossa cidade. Quem vota? Para melhor ou pior? Espero que as próximas eleições tragam candidatos de renovação e de inovação. Já conheço três: Nuno Cardoso – foi Presidente, com obra feita, na cidade; Manuel Pizarro, “Enfant Terrible” do PS Porto – depende das escolhas para a Vereação – se cometer erros do passado, será a última vez. Filipe Araújo – sequência do que a cidade teve, até hoje, é hibrido – aguardo as propostas. Não conheço (atento) trabalhos relevantes que me permita avaliar a relevância da candidatura. Tem 149 “notáveis” que assinaram a candidatura, mas já se percebeu que isso vale pouco, muito pouco.
O PSD ainda não apresentou, se bem que, a ser Pedro Duarte, será uma lufada de ar fresco às eleições do ponto de vista de dar importância a cidade. Por fim, espero que o PSD tenha a lucidez de apresentar um candidato com projeto ao Porto e não um Patego que nos impingiu 24 anos de nada ou melhor de muito pouco. O Porto precisa de dar o salto. Esta na altura de reorganizar as Comunidades Intermunicipais, a AMP entre outras, que podem assumir papeis de renovação nas cidades. É preciso salvaguardar a gestão do território e ter uma cidade equilibrada socialmente. Não temos nem vislumbro ter com politicas dos últimos 24 anos.
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”