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Sábado, Abril 19, 2025

Um país dos 3 F’s – Por Amaro F. Correia

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Sempre li Eduardo Galeano, desde dos meus tempos de miúdo, e uma das citações que mais me marcou – “Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus”. Ou seja, acentua-se de década para década, infelizmente.

Fico espantado com tudo o que é mediatismo no nosso país e no mundo. A imprensa ligada a lóbis mais variados, alimenta uma comunicação confusa e de fácil “digestão”, para quem pensa a espuma dos dias. A globalização acelerou a vida de todos de forma irreversível, permitindo a “boleia” da IA, após uma pandemia devastadora, para muitos negócios, que dia após dia, faz “correr muita tinta e conversa”.

Tudo isto é Fado, Fátima e Futebol. A expressão (Três F’s) utilizada como a junção dos termos, são referidos como os três pilares da ditadura de Salazar, usada para a pacificação da população e sua alienação no que diz respeito à política do país. Ainda é usada quando se refere à pouca participação dos portugueses nos assuntos da sociedade, facto que não ajuda a elevar a fasquia da literacia da população insistindo em não perceber a sua participação em democracia, como fundamental, nos dias de hoje. Diz-me que noticias vês e mostrarei a tua literacia. É um facto que hoje são poucos os que leem e os que perdem (ou investem) tempo a ler livros, mas também é um facto que as redes sociais alienaram quase todos(as) com os Smart´s variados.

Ao entrar num espaço público, dá pena perceber que as pessoas não se olham, não conversam e, acima de tudo, não percebem nada do que andam por cá a fazer. Se estiverem atentos percebem que entre os “existentes” no mesmo espaço, poucos ou nenhuns seguram um livro para ler.

É uma grande salgalhada, a nossa sociedade, que mais cedo ou mais tarde vai arruinar as gerações futuras do ponto de vista cultural. A memória dos tempos. Como se não bastasse a desinformação, surge no nosso panorama político para baralhar ainda mais os incautos e os partidos das extremas refletem a falta de políticas europeias/nacionais e ainda, a falta de liderança, com o objetivo definido: quem vota, interessa. Chamo a vossa atenção para as linhas orientadoras da matriz: Primado da moral; Legitimidade moral; Legitimidade social; Legitimidade humanitária; Legitimidade da recusa da distopia social e a Legitimidade política. Como podem analisar não “bate a cara com a careta”. Na matriz cívica são os mais líricos: cultura cívica; desenvolvimento da cultura cívica; sociedade livre e Estado soberano; Sociedade aberta ‘versus’ instituição fechada; Qualidade das instituições; Força cívica da democracia. Na matriz política chamo a atenção para a: Direita, Conservador, Reformista, Liberal e Nacionalista. Não maço com descrições de qualquer espécie sobre o partido que chegou ao nosso Parlamento com 50 deputados que mais promovem a desordem institucional do que a paz e a concórdia. O seu programa económico: Bem comum. O programa económico do…. visa promover “o bem-comum dos Portugueses num clima de paz, cooperação, coesão social e prosperidade.” Tenham paciência, para visitar o site, ficam admirados com o destempero do item “Corrupção”.

A corrupção tornou-se um problema nacional devido à importância que o socialismo vigente atribui ao Estado. A corrupção é mais frequente no setor público do que no setor privado porque os donos dos recursos – os contribuintes – não estão presentes junto de quem os gere para fiscalizar a sua utilização. Pela mesma razão, no âmbito do setor privado, a corrupção é mais frequente em grandes empresas do que em pequenas empresas.

Promovendo, em primeiro lugar, as pequenas empresas, só em segundo lugar as grandes empresas e, em último lugar, o Estado, o … visa fomentar um clima económico e social avesso à corrupção. Nesta matéria, igualmente, no âmbito da reforma da justiça, o … defende o aumento significativo das penas de prisão para os crimes de corrupção e tráfico de influências, entre outros, bem como a criminalização do enriquecimento injustificado.  “Loucura total.”

Por fim a indignação, neste texto, tem a ver com o estado da nação que mais parece uma manta de retalhos com um Presidente senilizado, um Primeiro Ministro eleito com pressa em mostrar trabalho, fragilizado e com desconfiança do povo; um Governo frágil e disruptivo, de casos e casinhos; Justiça, como sempre, não está ao alcance de todos e com sinais de autoridade dependente; Presidente do Conselho Europeu orienta o líder da oposição. Enfim, tudo muito mau.

Sugeri, por escrito, em tempos, ao líder da oposição, que apresentasse uma moção de censura política ao Governo, já que o orçamento não era da sua concordância. Ficam a saber que as linhas políticas estavam ultrapassadas e não tentem enganar o povo porque a Moção de Censura serve como “Governo é responsável perante o Parlamento, visa reprovar a execução do Programa do Governo ou a gestão de assunto de relevante interesse nacional. Pode ser apresentada por um quarto dos Deputados em efetividade de funções ou por qualquer grupo parlamentar. A sua aprovação requer a maioria absoluta dos Deputados em efetividade de funções (número de votos superior a metade dos Deputados em efetividade de funções) e provoca a demissão do Governo-

Felizmente, o povo a 18 de Maio decidirá entre “o”, nada mudando e nada estando garantido num mundo em ebulição permanente. Basta! Reduzam as nomeações e os deputados e vão ganhar credibilidade. Se não fosse obsceno acrescentaria o quarto “F” em nome do povo que paga isto tudo.

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