O mês de junho inicia-se com o Dia Mundial da Criança. A data é celebrada em vários países, todavia a comemoração difere de país para país. E um pouco por todo o lado vemos crianças e adultos em comemorações. Os parques e jardins serão o palco da festa. Porque é sempre uma festa celebrar a criança.
E festejaram todas as crianças esta efeméride? Sabemos que não e é aqui que a Declaração dos Direitos da Criança, proclamando uma vida digna e feliz para todas as crianças, não é cumprida, é mesmo aviltada.
E havendo este documento serão inteiramente protegidas todas as crianças? Não!
A sociedade vive entulhada de elementos perturbadores e disruptivos como: desinvestimento nas nossas crianças, a pobreza, trabalho infantil, difícil acesso aos serviços de saúde, abandono escolar. O mundo não olha todos de igual forma.
Nem todas as crianças têm a lua no olhar e o sol nas mãos.
Vejamos o que todos os dias nos dizem as notícias, as escolas, os tribunais; milhares de crianças que continuam a sofrer de maus tratos, doenças, fome e discriminações.
De guerra. Muita guerra. E num cenário de guerra as atrocidades contra o ser humano, são escancaradamente a céu aberto e deflagradas pelos Governos.
Os atentados à dignidade da criança são uma constante e entram-nos todos os dias pela casa adentro, à hora do jantar. Como dizer aos nossos filhos, com teto e refeição na mesa que outros, como eles, nada têm a não ser um céu escuro a cobri-los?!
E vemos, impotentes, com revolta e lágrimas o que ainda se faz às crianças; o que ainda são humilhadas e desprezadas.
Que flagelo é este que assola o mundo e nos conduz em contramão e descarateriza o ser humano?!
Que grito calamos e amedrontados não vemos futuro?!
Que lama nos cega e atira ao silêncio como se nas ruas, nas vilas, nas cidades, não houvessem mais passos de crianças onde todos os sorrisos já morreram?!
É inegável o que todos queremos e sentimos, os de boa fé, que em todos os meses e dias sejam lembradas todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país tenham direito a crescer num clima de paz, liberdade, amor e respeito. Não chega criarmos leis se não as cumprirmos, se não as fizermos cumprir.
As crianças a quem cortaram os sonhos pela raiz, não festejam o dia 1 de junho, nem o próprio dia do seu nascimento. Nem brincam nos insufláveis, à macaca ou ao pião e não vão ao Mcdonald´s; também não comem pipocas ou croissants com fiambre. Estas são as esquecidas de Deus.
É por estas que todos os gritos, devem fazer eco, porque calar o choro de uma criança em guerra é morrermos lentamente.
Professora e Escritora