Quem não sente não é filho de boa gente! Um ditado popular que se ajusta ao momento.
Ao ler a acusação aos elementos detidos, adeptos do meu clube, não posso deixar de comentar e assumir criticas, veementes, ao Estado, mas não só. Costumo insistir que viver é a coisa mais rara do mundo e a maioria das pessoas, apenas existe. A experiência que tive em 2020 e (2024 até Março – saí por não concordar com o alinhamento da campanha), como candidato, na lista B, do Nuno Lobo, foi, absolutamente decisiva para perceber o que era o meu Clube e como funcionava.
Li todos os dossiers e relatórios. Tudo o que está na praça publica, sobre a claque dos SD, não me surpreende, mas também não me admira, pela ineficácia, a ser verdade (porque neste país não existe, nem segredo de justiça, nem presunção de inocência) das autoridades . Já o disse e reafirmo: é necessário travar este Ministério Público que de isenção tem muito pouco (justifico, como cidadão: as gémeas, o caso Costa, entre outros, como Sócrates e BES, etc.).
Não me inspira confiança, muito menos sensatez nas ações. Mas vamos à claque. Um destes dias, estava a trocar mensagens com um amigo e a argumentar como é possível as direções dos clubes deixarem que as claques tomem, abusivamente, conta das ações do clube? Neste caso, o FCPORTO sabia, solidariamente, como financiava as claques. Sabiam que os seus líderes ganhavam fortunas à custa de um FC Porto, sempre em falência técnica. O que fez? Nada. Grave, claro que sim, pela simples razão, única, de se manterem no poder. Não é aceitável. Toda a direção deve ser responsabilizada se causou dano ao FC Porto.
É a minha opinião. Agora, vamos a uma outra vertente, não menos reflexiva e a ver se a gente se entende, definitivamente. Em tese, nesta questão das claques, do FC Porto, são tão culpados os arguidos, como o Ministério Publico, a PSP e outros envolvidos, pela simples razão de que todos sabiam o que passava há anos. Para fundamentar este meu pensamento, pergunto: Quem, em Portugal, sabe ou deve saber, a vida de todos os Portugueses? Respondo, claro, o Estado e o Ministério das Finanças. Segundo li sempre investigaram as claques. O líder da claque não vivia no Parque de Campismo da Madalena? O líder da claque não circulava de Smart, como eu, na cidade, à procura de melhor estacionamento gratuito? O líder da claque mostrava fotos, nas redes sociais, de férias de sonho de qualquer português, em destinos caros? Todos nós fazemos contas à vida. Não me refiro ao líder da claque só, mas alguém sabe, das contas da Associação SuperDragões, legalmente constituída? Isto, não é bater no ceguinho, é sério. Essas contas tinham a validação de um TOC e eram enviadas as Finanças? Sim, porque têm de ser votadas e escrutinadas. Os dirigentes e associados (havendo desvios), têm de ser notificados, se aprovaram as contas. E é este Estado e os seus dirigentes que temos em que ninguém é responsabilizado: todos são tão culpados como os arguidos.
Refiro-me à “espuma” da comunicação” que li durante estes meses, mas especulo: um individuo tem um Porsche e vários carros de alta cilindrada, mais uma casa, na praia, no valor de 1 milhão de euros, estava a construir outra no valor de 2 milhões e as Finanças não sabem, quando apresenta a sua insolvência, dois anos antes? Pago todos os meus impostos e os meus bens estão declarados. Outra questão, tem a ver com a assessoria jurídica aos arguidos, ou melhor alguns, porque me chegou a informação de que o FC Porto (e bem) não os assessorou… mas será que algum escritório de advogados externo ao FCPorto o fez? Sim, porque a cidade é pequena e sabemos tudo, basta verem as imagens da TV, para perceberem como é que os arguidos conseguem sustentar o pagamento (insolventes) a escritórios de advogados (mais caros do Porto)?
Alguém do MP investigou esta situação e alguma vez em Portugal investigaram estes escritórios? Algumas reflexões para pensar. Sou e serei FC Porto sempre. Grato a Pinto da Costa, mas criticarei sempre, veementemente, todos os que não defenderem o clube. Critiquei a forma como o Presidente André Villas-Boas chegou ao poder – provavelmente era a única, aceito, atendendo a tudo que se vai sabendo – mas não deixarei de escrever o que me vai na alma, sobre o estado do clube e a forma como é gerido. Gostem ou não gostem. Nota prévia: não conheço, pessoalemnte, as figuras envolvidas no caso Pretoriano, a não ser o Sr. Vítor Catão, que conheci, como candidato, em 2020 e me tratou, sempre, com muito respeito e simpatia. Sempre mantivemos contacto, via telemóvel, mas nunca em circunstância alguma, percebi se beneficiava – acredito que não – com o FCPorto.
O Sr. Vítor Catão, nos contactos estabelecidos, o assunto era sempre o FC Porto e nunca, mas nunca o ouvi a apelar à violência e/ou atitudes menos corretas no clube. É justo dizer porque aconteceu. Quero crer, com a minha inocência, pelas suas manifestações que era amor puro ao FC Porto, ao Presidente Pinto da Costa, um pouco exacerbado é certo, mas por não saber gerir, emocionalmente, o facto de alguém confrontar o Presidente, em eleições, mas nada mais do que isso.
Em 2020 tive um contacto de direção, com um tal Aranha – que nunca mais vi. O engraçado disto, é que a nossa lista apresentou 300 medidas para o FCP. Nunca ninguém escreveu tanto para um clube – confesso-me autor – e duas delas, os bilhetes e a identificação dos SD, estavam em cima da mesa, com a recusa imediata dos mesmos.
Todos(as) os portistas sabiam do que se passava, senão sabiam era porque não queriam. Não tenha nada contra o Sr. Madureira, nem o conheço, nem faço questão, mas faço questão que reponha no meu clube (e quem permitiu) todo o dinheiro que “ganhou”, bem como as benesses que ostentou à custa do meu clube. Não tenho perdão. Repito a DG Finanças é a maior responsável por estes desvios que a serem provados, devem ser repostos no clube. “Podem haver momentos em que somos impotentes para evitar a injustiça, mas nunca deve haver um momento em que deixemos de protestar.”
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”