Com um claro e destemido esforço em quebrar com a superficialidade abundante no panorama musical atual, RØMA é Filipe Romariz, baterista desde pequenino e criado na escola do Punk e Hardcore, tendo tocado em bandas como Pledge e Verbian.
Apostado em sair da sua zona de conforto, Filipe decidiu em 2022 reinventar-se por completo, e daí surgiu RØMA, projeto onde o próprio assume todo o processo de produção, desde o instrumental à voz, passando pela parte visual. “Se não me transformasse, morria. Havia muita coisa para sair e o momento é agora.” Diz o músico ao “O Cidadão”.
Instrumentais sombrios e lírica intimista e enigmática caracterizam as paisagens sonoras de RØMA, onde a linguagem do hip-hop se mistura com muitas outras influências, muitas vezes difíceis de definir, dando origem a uma atmosfera bastante peculiar e imersiva.
Temas como a depressão, a raiva, o ressentimento e o envelhecimento estão claramente presentes ao longo deste álbum e RØMA consegue expressá-los duma forma crua, mas ao mesmo tempo bela e sempre sugestiva, provocando quem ouve, a refletir sobre as suas próprias emoções mais escondidas, sendo estas temáticas evidentes ao longo do disco em faixas como “CRVZ” e “IMPOSTOR“. Existe uma forte carga simbólica em “DOR FANTASMA” onde temas como o ocultismo, a mitologia e religião vão transparecendo, de forma subtil, a cada verso.
Na sua vertente sociológica, este álbum sugere uma reflexão sobre qual o papel da Humanidade no século XXI. Segundo as palavras do próprio: “Sente-se um clima de fim de ciclo, nos dias que correm, onde velhas estruturas estão claramente a cair, mas ao cair vão pilhar e destruir tudo o que puderem, é assim que funciona o poder, e quem somos nós no meio desta loucura?”
O álbum conta, também com as participações vocais de Asuri (Pledge) no tema “DOZE” e de layfebuoy (Conjunto Corona) na faixa “NOITE“.
Apostado em quebrar barreiras entre géneros musicais, “DOR FANTASMA“, ao longo das suas 10 faixas, vai desde o melancólico ao apoteótico, numa busca desenfreada pelo porquê de estarmos vivos, numa clara evolução em relação ao seu álbum de estreia “LUA DE SANGUE“, lançado em 2022.
“Hoje em dia no rap só se fala de cús e de carros, toda a gente finje ser bandido, na minha música quero falar do meu próprio lodo, em vez de tentar glorificar algo que não sou, mesmo que isso me ridicularize. No entanto, não quero ser hipócrita, também eu sou um impostor.” diz RØMA. O álbum está disponível no dia 10 de Novembro, no Spotify e em todas as plataformas digitais, com o selo da Biruta Records.
Podem ouvir o álbum, na íntegra, em baixo. Não percam! Visitem e sigam o instagram de RØMA para estarem a par das novidades e entrarem em contacto.
Colaborador