O Centro Hepatobiliopancreático e de Transplantação da ULS São José introduziu um procedimento inovador em Portugal, ao realizar transplantes renais com dador vivo utilizando cirurgia robótica. As primeiras duas intervenções decorreram no Hospital Curry Cabral, em setembro de 2024 e janeiro de 2025, com resultados positivos.
No primeiro caso, uma mãe de 52 anos doou um rim à filha de 35 anos, que sofria de doença renal crónica. No segundo, foi um marido quem doou um rim à sua mulher. Em ambos os transplantes, os dadores tiveram alta ao fim de 48 horas e os recetores no sexto dia pós-transplante.
A nefrectomia por robótica é considerada uma mais-valia pela maior segurança, precisão cirúrgica e redução do tempo de recuperação. “A doação de um órgão em vida é um ato de grande generosidade, mas não isento de complicações. O recurso à robótica permite minimizar o trauma cirúrgico do dador, tornando a operação mais segura e facilitando a recuperação”, afirmou Hugo Pinto Marques, diretor do serviço de Cirurgia Geral e do Centro Hepatobiliopancreático e de Transplantação.
A presidente do Conselho de Administração da ULS São José, Rosa Valente de Matos, realçou a aposta na robótica: “A robótica tem sido uma marca diferenciadora da nossa ULS, permitindo-nos prestar melhores cuidados de saúde à população que servimos, ao mesmo tempo que contribuímos para a motivação e retenção de profissionais no Serviço Nacional de Saúde.”
O programa de transplante renal da unidade foi iniciado em 1989, tendo já realizado cerca de 1.800 transplantes. Desde 2006, foram concretizados mais de 70 transplantes de rim com dador vivo, número que poderá aumentar com o recurso à cirurgia robótica. Ana Pena, responsável da equipa cirúrgica do programa de transplantação renal, destacou: “Espero que esta inovação motive mais familiares e amigos de doentes renais a avançar para a doação.”
Desde a aquisição do primeiro robô cirúrgico da Vinci XI, foram realizadas cerca de 2.000 cirurgias robóticas na unidade.
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