10.8 C
Porto
13.2 C
Lisboa
14.9 C
Faro
Domingo, Fevereiro 16, 2025

Pedro Alonso – Ator de “A Casa de Papel” iniciou-se no teatro em Lisboa e adora Portugal

Aos 52 anos, Pedro Alonso atravessa o ponto alto da carreira. Alcançou a fama em “A Casa de Papel”, encarnando “Berlim” – a personagem que, entretanto, deu nome ao “spin-off” estreado no início deste ano, na Netflix (e cuja segunda temporada será gravada no início de 2025). Eis um breve retrato do um ator que deu os primeiros passos no teatro, em Lisboa, que confessa adorar Portugal e que, à beira do abismo, ponderou desistir da representação.

As mais lidas

Abílio Ribeiro
Abílio Ribeiro
Jornalista

Corria o ano de 1996 quando, no Teatro Meridional, em Lisboa, Pedro Alonso integrou o elenco de “Romeu – Versão Montesca da Tragédia de Verona”, peça traduzida e adaptada por Julio Salvatierra. Considerando o texto “bastante intenso”, Alonso deu corpo a Romeu. “Foi em Lisboa que dei os primeiros passos na representação”. A dada altura, confrontou-se com um dilema: viver em Granada, Santiago de Compostela ou Lisboa. “Escolhi Santiago de Compostela. Mas pensei mesmo em ficar por Lisboa. Gosto bastante de Portugal. Adoro Lisboa, o Porto, e voltei algumas vezes, apenas por gosto”.

A relação que mantém com Portugal é de “afeto muito forte”, até pelas memórias invocadas pelos tempos em que aqui fez teatro. Em 2019, aliás, aceitou o desafio da Netflix Portugal aquando da celebração dos 45 anos do 25 de abril, surgindo num vídeo, de cravo na mão, a cantar um excerto de “Grândola Vila Morena”. E, em português quase imaculado, soletrou: “Pela liberdade, sempre”.

DO ABISMO À FAMA

O reconhecimento mundial da série “A Casa de Papel”, na qual interpretou Berlim, catapultou Pedro Alonso para a fama. Demorou algum tempo até perceber a verdadeira dimensão do fenómeno. O caminho até aqui chegar, no entanto, foi feito de altos e baixos: “aos 30 e poucos anos, comecei a meditar e tive necessidade de me redefinir. Não me sentia bem. A minha filha tinha 4 anos. Passei por momentos difíceis, estava arruinado. Num instante, tudo colapsa. Nada é dado como garantido. Esta indústria tanto pode ser desagradável como encantadora”.

Hoje, com 52 anos e a residir em Madrid, Pedro Alonso revela o seu lado multifacetado, explorando atalhos como o da escrita e o da pintura. Em 2000, publicou “El Libro de Filipo”, a partir de uma regressão a vidas anteriores. A ideia partiu de Tatiana Djordjedic, hipnoterapeuta e companheira do ator. Foi desta forma que o Alonso encontrou o homem que foi no passado: Filipo, um guerreiro romano cuja missão é encontrar Yilak, líder de um grupo rebelde que desperta consciências e que procura a verdade. “Nunca tinha feito regressão e, na primeira que fiz, tive uma viagem brutal”, assegura.

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO

A este propósito, Pedro Alonso adianta que há pessoas que “acham estranho que alguém faça meditação ou que vá até a um local recôndito para celebrar rituais ancestrais. Eu procuro informar-me. Leio bastante sobre estes temas. O que sei é que há muita gente incapaz de descansar à noite porque, simplesmente, as suas mentes não param. Existe um grave problema de saúde mental, hoje mais do que nunca. Devíamos saber como sermos mais equilibrados”.

Segundo o ator, “viver bem é uma arte. Cada vez mais tenho a certeza de que a vida são várias vidas. Demorei muitos anos para ajustar o meu foco. Mudei em muitas coisas, sobretudo em termos de equilíbrio energético e de atenção”.






- Publicidade -spot_img

Mais artigos

- Publicidade -spot_img

Artigos mais recentes

- Publicidade -spot_img