O Parlamento às vezes passa-se!
A propósito de uma conferência de líderes sobre se os cidadãos que assistem aos plenários nas galerias podem ou não usar farda profissional ou que representem algumas formas de protesto, derivou para o “dress code” dos deputados.
O Parlamento, penso que tem muito mais que fazer do que andar preocupado se a Mariana Mortágua vai de sapatilhas ou o André Ventura de gravata.
Estas notícias que saltam cá para fora dão uma má imagem do Parlamento, que, já de si, está pelas ruas da amargura.
Vamos lá por partes. Quem assiste aos debates deve ter uma postura consentânea com o lugar que representa o povo, sem objectos, como cartazes ou t-shirts com mensagens políticas.
Se o quer fazer deve fazê-lo fora do Parlamento.
Todavia isso é fácil de resolver, quem quer assistir a um plenário não reúne as condições e o respeito pelas regras não deve entrar.
Os senhores deputados devem passar a sua mensagem pelo uso da palavra, abstendo-se de usar objectos, faixas, roupas e cartazes.
Daqui a pouco vale tudo para chamar à atenção. Todavia, ninguém tem nada que ver que um deputado vai de brinco ou usa tatuagens, de sapatos clássicos ou sapatilhas, gravata ou de lenço. Assim como, uma deputada está de mini-saia ou de saia comprida ou de calças ou com um decote mais ousado. Todavia, ficamos por aqui.
Sou totalmente contra criar um clima de repressão e de limitação da liberdade individual ou ser usado como ferramenta de segregação e desigualdade social.
Os senhores deputados devem saber qual a indumentária consentânea com a dignidade do Parlamento, sem que haja proibições de peças de vestuário em particular.
Talvez, os partidos o façam internamente como recomendação ou sugestão, quando escolhem os seus deputados. No entanto, saber-se vestir, em cada ocasião, deve fazer parte da nossa educação. Penso eu!
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores