Enquanto tu estavas ontem a ressonar no sofá depois do jantar, houve alguém em Silicon Valley a assinar um cheque de 13 mil milhões de dólares para investir em inteligência artificial. Sim, leste bem: 13 mil milhões. E não, não foi para acabar com a fome no mundo ou curar doenças raras – foi para ensinar máquinas a escrever melhor do que tu no WhatsApp.
A verdade é dura como aço inox: a IA não é só tecnologia, é um negócio gigante. Estamos a falar de um mercado que em 2023 já valia mais de 207 mil milhões de dólares e que, até 2030, pode escalar para 1,3 biliões. Biliões! É dinheiro que dá para comprar todos os cafés de Portugal e ainda sobra para oferecer um pastel de nata a cada turista na Rua de Santa Catarina.
E não são só os gigantes que andam a morder este bolo digital. Existem hoje mais de 40 mil startups de IA espalhadas pelo mundo. Parece muito? Pois… 99% delas não vai durar mais que dois anos. É uma verdadeira “Casa dos Segredos” corporativa: só uma sobrevive e o resto é engolido pelas Microsofts, Googles e Amazons desta vida.
Aliás, engolir é a palavra certa. O mercado da IA parece um jogo de Pac-Man, em que as big tech vão comendo startups promissoras para reforçar os seus arsenais. No fim, arriscamo-nos a ter meia dúzia de empresas a controlar todo o futuro da inteligência artificial. Democracia tecnológica? Talvez no dicionário.
E Portugal neste filme? Bem… cá pelo retângulo à beira-mar plantado, temos de tudo: desde empresas que já usam IA para prever tendências de moda no têxtil até aquelas que ainda confiam no “feeling” do Sr. Manuel, que está na empresa há 40 anos e acha que “isto da inteligência artificial é só modas”. É como ter um Tesla na garagem e continuar a andar de burro porque o bicho ainda dá uns passos firmes.
O problema é que o mundo não espera. Empresas que não se adaptarem à revolução da IA vão ter o mesmo destino do Blockbuster depois da Netflix: nostalgia e falência. Os dados não enganam – quem implementa IA pode ganhar até 40% de produtividade. E não estamos a falar de magia negra: é análise, estratégia e uso inteligente de ferramentas que já existem.
Mas cuidado com a megalomania! Implementar IA não transforma o café da esquina num Starbucks da noite para o dia. É mais obra em casa do que revolução francesa: precisa de fases, plano e métricas (os famosos KPIs, que assustam só de ouvir).
No fim, o recado é simples: a IA não vai substituir os humanos, mas os humanos que usam IA vão substituir os que não a usam. E rápido.
Agora pensa: vais ser o sapateiro que recusa a máquina de costura porque “sempre se fez à mão” ou o visionário que agarra esta onda antes que ela te engula?
🎧 Ouve o episódio 14 de IA & EU aqui mesmo…
Terapeuta e Formador Psicossocial | Autor
Criador de Conteúdos | Especialista em Inteligência Artificial






