A Assembleia de Moradores do programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” (NBNC), realizada no auditório da Escola Secundária D. João II, contou com a presença de cerca de 100 participantes e teve como objetivo avaliar 13 anos de trabalho coletivo nos bairros da Alameda das Palmeiras, Bela Vista, Forte da Bela Vista, Manteigadas e Quinta de Santo António.
O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, afirmou que “a participação dos cidadãos na vida pública é fundamental” e acrescentou que “os que venham a seguir tenham uma vida melhor”, reconhecendo a importância do envolvimento da comunidade. Agradeceu aos moradores dizendo “agradeço-vos pela forma como, convosco, nós aprendemos a humanizar a comunidade”.
O autarca sublinhou que “cada um assume a responsabilidade de dar cumprimento” aos problemas levantados pelos moradores e reforçou: “o nosso compromisso é corresponder a essas necessidades”. Considerou ainda que “o programa ‘Nosso Bairro, Nossa Cidade’ é um programa espalhado por esse mundo fora, com o reconhecimento do exemplo de como deve ser a participação das populações na defesa daquilo que consideram que são os seus direitos, como cidadãos, como moradores”.
Referiu que o projeto “tem sido divulgado e reconhecido a nível nacional por muitas instituições científicas e académicas”, acrescentando que “várias organizações a nível mundial reconhecem o projeto”. Em relação às obras de reabilitação em curso, destacou o esforço dos moradores: “sabemos como é doloroso para uma família que vive numa casa ir durante uns meses para um monobloco”, mas defendeu que “vale a pena”.
O vereador Carlos Rabaçal apontou que o programa NBNC é “o único programa do género que só trabalha com eleitos para os grupos de trabalho” e destacou que “haver tanta gente empenhada no programa e a participar vale ouro”. Alertou que “não vai haver dinheiro para voltar a fazer isso nos próximos 40 anos”, referindo-se à reabilitação da habitação.
Luís Matos, presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, sublinhou que “as condições e a qualidade de vida” de há 13 anos são “manifestamente opostas” às atuais. Disse também que a transformação ocorreu “com a participação de todos” e destacou que as iniciativas “acontecem porque há moradores que se preocupam”. Terminou com um apelo: “há que continuar este programa ainda com mais força. Construímos todos e vamos continuar todos. Discutimos em conjunto, mas a decisão é vossa. Parabéns a todos e que venham no mínimo mais 13 anos de projeto”.
A comissão organizadora da futura associação de moradores, com 27 elementos, representada por cinco moradores dos diferentes bairros, afirmou que o trabalho permitiu “estreitar laços de amizade e de companheirismo” e deu “mais vida aos bairros”, assegurando que pretendem “continuar o trabalho desenvolvido até aqui”, com “decisões tomadas coletivamente” e numa “base de compromisso e de grande respeito”. Concluíram: “o futuro somos nós que o vamos construir no nosso território, porque nós somos o bairro”.
OC/AF
