A amizade não se procura, não se sonha, não se deseja; exerce-se (é uma virtude). Declaração prévia: sou e serei amigo, sempre e para…da Família Pedroto. Defenderei o bom nome do Mestre e não concordei, em absoluto, com o disparate do ex-presidente, em tempo de eleições, usar o seu nome na campanha, de forma ardilosa e insultuosa. Um destes dias, tive o prazer de encontrar a Drª. Cecilia Pedroto e a Drª. Isabel Pedroto, na porta de um supermercado comum, com quem pus a conversa em dia sobre o nosso clube e as eleições/2024. Conversa boa. Deu para explicar dois momentos importantes que devemos saber distinguir: as eleições e a amizade. Nunca, em tempo algum, escrevi sobre a Família Pedroto, mas escrevi, muito, sobre o atual Presidente, que apoiavam. Em contexto eleitoral, nada mais. Para mim os amigos(as) são a família que escolhi. Queria deixar claro esta questão, ate porque em 2024 (março, 14) saí, em rutura, com o candidato, onde estava integrado, a promover o marketing e a comunicação (a custo zero) tal e qual 2020, por terem sido alteradas as premissas iniciais da candidatura.
Nunca mais voltarei a entrar num projeto ao FC Porto, onde os elementos não demonstrem capacidade de gestão. Quanto ao assunto inicial, não posso deixar de aproveitar o momento para sublinhar a admiração pelo Mestre José Maria de Carvalho Pedroto, que ainda hoje, recordo, com saudade. Tinha tanta admiração e estima que, nos meus 17/18 anos, obriguei os meus amigos portistas a estarem presentes no seu funeral. O Mestre, na minha adolescência, tal e qual, o Presidente Pinto da Costa, alimentou o ego, num discurso diferenciado e potenciador de mudança da região, da cidade e do meu clube.
Pinto da Costa falhou, ao longo dos anos, nas “amizades” políticas que fez. Mas o Mestre, na sua vida terrena, demonstrou, sempre, retidão, coragem, polémica, inteligência, frontalidade, substantivos usados para o caracterizar tanto pelos amigos, colegas, como pelos seus adversários. Gostaria que Pinto da Costa, no ano de 2024, tivesse memória sobre o que significam estes substantivos. Não o fez e por isso, não perdoarei esta ignominia com a Família Pedroto, sempre presente na vida do FC Porto. Ainda existem alguns que recordam o Mestre como jogador, um grande jogador, mas foi como treinador que marcou a época no futebol português, presente, ainda, no imaginário de todos, um «homem à frente do tempo», como muitos o caracterizavam.
O Mestre tinha um dom que muitos reconheciam: capacidade de liderança (inata) e era capaz de transformar as fraquezas das equipas e clubes, em força, moldando à sua imagem, as formações que comandava, tornando-as combativas, tremendamente competitivas e vencedoras. Era uma inspiração.
Não me vou alongar mais sobre as características, mas fica aqui, para memória futura, o meu posicionamento pessoal. Por fim, retirando a emoção de toda a trapalhada, em que o meu clube esteve envolvido até a data das ultimas eleições, este é o caminho que o FC Porto deve seguir: envolver e comunicar com todos, internos e externos. A empresa, hoje, é esta… para o futuro. Parabens à nova direção, por algumas propostas implementadas, mas aconselho cuidado, já que neste mundo globalizado, nada pode ser previsto a 10 anos. Nada. Muito menos um clube de futebol. Quero, por fim, publicamente, reiterar a minha admiração pela Família Pedroto. Lamento muito o que passaram em Família. Ninguém merece. As eleições são as eleições e a sua espuma passou, mas a amizade não se desvanece.
Admirei, sempre, o Mestre e entendi há anos, que Pinto da Costa já deveria ter saído, pelo próprio pé. O que fez, nos últimos 10 anos, e nestas eleições, não foi um sinal de amor ao clube. De todo! Disse-lhe e não me arrependo. Fica o esclarecimento, se bem que as pessoas passam e o clube deve ser protegido.
Não o esqueço pelas alegrias, mas também tenho algumas mágoas, pela sua presidência absolutista, de 42 anos. Provou-se que o clube é mesmo dos associados e vive em liberdade. O meu posicionamento sobre os processos judiciais contra elementos/adeptos é que, se houver indícios de crime, têm de ser expulsos do FC Porto. Não fui votar e não voltarei a apoiar qualquer veleidade de candidatos menores, para novas eleições. Isto é sério e não pode valer só pelas emoções do clube. As listas, às novas eleições (2028) devem refletir profissionalização, conduta e paixão ao clube.
Docente na Atlântico Business School/Doutorado em Ciências da Informação/ Autor do livro ” Governação e Smart Cities”