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Terça-feira, Setembro 16, 2025

M(ark)el(t)i(ng)a Feel Good – Por Amaro F. Correia

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Desta vez, juntei o melhor de dois mundos: o Hotel Mélia de Castelo Branco e a visita a Monsanto, Idanha-a-Velha, Monfortinho e Penha Garcia. Recomendo a todos, vivamente, pela beleza e sentimento inesquecível que proporciona.

Já perceberam que sou um consumidor compulsivo de tudo o que é nacional, se bem que, sou e serei sempre, um Europeu convicto.

Os Mélia Hotéis, pela sua qualidade, atendimento e uniformização do serviço são os meus preferidos em Portugal e, sempre, que estou além-fronteiras procuro hotéis do grupo que garantam qualidade, simpatia e ainda, um serviço sem falhas. A sensação que estou em casa e o acolhimento é compensador.

Foi assim que fiz, uma vez mais, no regresso do Algarve, por Castelo Branco. Porquê Castelo Branco, na Beira Interior? Simplesmente, porque está próximo de Espanha e das 12 aldeias históricas que fazem parte de visitas obrigatórias no nosso país. Já visitei, todas, mais de que uma vez, como guia, em trabalho, mas não me canso de incentivar a sua visita e partilha.

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As 12 Aldeias Históricas: Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso e estão localizadas no interior do Centro de Portugal, antiga região da Beira Interior e caracterizam-se pela herança histórica, arquitetura e fortificações medievais que ainda hoje existem. Um desafio a cada um de nós, na sua preservação. É verdade que para chegar a algumas Aldeias Históricas encontramos estradas sinuosas, curvas e contracurvas, apertos de passagens entre casas, mas é esta a forma que dá mais verdade à viagem e a experiencia.

Desta vez foquei Idanha-a-Velha; Penha Garcia e Monfortinho, outrora termas, hoje… abandonada. Aliás, Monfortinho, reflete a nulidade de políticos em Portugal ao abandonar o interior, mentindo sempre sobre a desertificação e a regionalização.

As pessoas não podem viver no interior porque não tem condições de vida. Simples. Visitei, ainda, a aldeia de Penha Garcia, concelho de Idanha-a-Nova, invulgarmente fértil em vestígios romanos e pré-históricos com as origens a perderem-se no tempo. Sabemos que foi sede de município e que D. Dinis doou a vila aos Templários, uma herança que permanece viva no seu quotidiano com o Castelo Templário, no cimo da encosta (que visitei, com bandeiras bem visíveis) oferecendo uma vista lindíssima sobre o profundo recorte do vale do Ponsul, onde são preservados inúmeros vestígios do que foi a vida há 480 milhões de anos quando as cristas quartzíticas eram um imenso mar. Vale a pena sentirem Penha Garcia. Hoje, é o “berço” do Geopark Naturtejo, o 1º português, da Rede Mundial de Geoparques da UNESCO. Acrescento que Penha Garcia o património é musical, com selo da Rede de Cidades Criativas da UNESCO. Está viva a memória da cantadeira e adufeira Catarina Chitas e o “último” tocador de viola beiroa, Manuel Moreira, inspiração para uma oficina que resgatou o instrumento da extinção.

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As doze, mais belas, Aldeias Históricas encontram-se no Centro de Portugal com histórias e conquistas, diferentes, encantadoras cada uma à sua maneira, com tradições e encantos. Parecem ter sido construídas pedra sobre pedra, com amor, carinho, muito preciosismo e bom gosto.

A célebre cidade romana Civitas Aegitidanorum, hoje, Idanha-a-Velha é ponto de paragem obrigatória para os arqueólogos de todo o mundo porque esta repleta de vestígios de outros tempos e é na sua história que reside a sua identidade. Subir Monsanto é estar na “aldeia mais portuguesa de Portugal”. No alto do seu castelo, o horizonte é de frescura, beleza, tranquilidade, planura…atinge 758 metros e as casas confundem-se com pedregulhos. É neste “Monte Santo” onde viveu Fernando Namora, Zeca Afonso entre outros ilustres, que encontramos ainda vestígios de presença árabe e visigótica.

É conhecida pelos seus adufes e pelas marafonas. Aqui, a Igreja da Misericórdia e a de São Salvador, bem como a Torre do Relógio são paragens obrigatórias de visita. Conheci o Nuno, residente e nascido em Monsanto, outrora Gestor na CGD em Lisboa, que me disse que perderam tudo na aldeia: centros de saúde, Correios, mercearias etc…. Maioria das pessoas tem mais de 80 anos e só la vivem 89. É difícil lá estar e viver e a única compensação é o silêncio que, às vezes, é ensurdecedor…

Juntei o melhor dos mundos: o Marketing e o Turismo (a tabua de salvação económica em Portugal) numa reflexão que sempre me acompanha: ninguém pode alhear-se do marketing. Cerca de metade do valor que pagamos por produtos e serviços, hoje, no mercado, financiam atividades ligadas ao marketing, apontado como o salvador e/ou o carrasco, dependendo do seu uso do futuro das empresas. Como exemplo, o turismo nacional, que tem de concorrer com outros destinos turísticos, do mundo e atrair o tipo de turista mais desejável, ou seja, torna-se obrigatório fazer marketing em Portugal, como destino turístico. Sinto que o Grupo Hotis dos Hotéis Meliã tem a noção exata na sua vertente interna, desse caminho. Não tive a sorte de falar com o Diretor do Hotel Meliã de Castelo Branco, mas promovi a conversa com a Drª. Liliana Castanheira, que me deu uma visão alargada da preocupação do Grupo com a experiencia do cliente manter-se fidelizado.

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O Marketing Feel Good operacionaliza e pode ser um ativo diferencial na Hotelaria, assim o queiram…porque temos destino, gastronomia, tours e a versatilidade de Hotéis que procuram um cliente que se sinta bem e os valorize. Passará por aqui a fidelização dos clientes, no futuro, se perceberem o que esta em jogo. O Grupo Meliã tem como objetivo abrir um Hotel por ano, que dará a Portugal a possibilidade de manter uma exigência de qualidade em todo o território. Esta é a verdadeira coesão territorial e social de um grupo empresarial que deveria ser incentivada em cada uma das regiões.

Bem Hajam e obrigado pelo acolhimento. Nota Final: as considerações e as observações bem como as fotos são da minha responsabilidade, não conhecendo qualquer elemento da administração dos Meliã hotéis. Sou um simples e “compulsivo” cliente de quem me trata bem.

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