Agradecendo aos presentes, o anfitrião, Joaquim Jorge, destacou a importância de Luís Filipe Menezes, considerando-o “o melhor autarca português de todos os tempos“.
Ângelo Correia foi designado para apresentar o livro, seguido por Joaquim Jorge, com Luís Filipe Menezes, o “homenageado”, a comentar posteriormente as intervenções. Mário Brito, representante da editora “5 Livros”, teve uma breve intervenção sobre a relação com o autor durante a produção do livro.
O anfitrião, com o intuito de manter um ambiente descontraído, pediu que todos se tratassem apenas pelos nomes próprios, dispensando títulos formais. Expressou também o desejo de permitir a participação da plateia, embora reconhecendo a limitação de tempo devido à sessão de autógrafos prevista para o final.
A cerimónia destacou-se, ainda, por uma mensagem especial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que enviou uma nota de orgulho e intenção de ler o livro atentamente.
O “dono” da casa, apresentou ainda Ângelo Correia, sublinhandoa sua “extensa carreira política e académica”, e Luís Filipe Menezes, enaltecendo as suas “qualidades como autarca e pessoa”. As palavras de apreço e admiração dirigidas a Menezes foram evidentes, referindo-se a ele como “um sonhador, criativo e charmoso” e destacando o seu papel na política portuguesa.
Ângelo Correia
Ângelo Correia, uma figura proeminente do Partido Social Democrata (PSD), discursou sobre a importância da representatividade política e as transformações significativas que Menezes trouxe ao partido.
Iniciou o seu discurso, agradecendo o convite e destacando a sua presença voluntária no evento. “Ora bem, agradeço o convite e vim, vim voluntariamente. Às vezes temos de vir. Outras vezes vimos como a alma tem de nos exigir. Este é o caso”, afirmou.
“Primeiramente, um livro. Nosso querido amigo e anfitrião, de há muitas restrições, há muitos tempos, fez uma coisa que corresponde a um direito do cidadão. Corresponde a uma obrigação do cidadão. Não é apenas um direito, é uma obrigação. Nós temos vários direitos de expressão da palavra, mas também temos a obrigação de escolher a palavra certa“, disse, ressaltando a responsabilidade que todos os cidadãos têm em usar a sua voz de forma consciente e impactante.
Destacando a liderança de Luís Filipe Menezes no seu partido, referiu-se à sua influência transformadora. “Pela primeira vez na história do PSD, se olharmos para as regiões e os componentes regionais de poder dentro do PSD, foi com o Luís. Foi uma mudança geracional, regional e política dentro do PSD. A expressão mais natural do Partido, nós somos o Partido Nacional“.
Ângelo Correia fez um apelo à representatividade verdadeira dentro da democracia. “Os representados têm de ter alguém representante em quem confiar. Representação é o fenómeno mais importante da democracia e significa que os representantes têm de ser escolhidos pelos representados”, explicou, criticando a centralização das escolhas partidárias que, segundo ele, enfraquece a ligação entre os representantes e o povo.
Joaquim Jorge apresentou o seu Livro
Joaquim Jorge destacou a importância de Luís Filipe Menezes no cenário político da cidade e manifestou a sua convicção de que Menezes é a figura ideal para “liderar Gaia novamente.”
Precisou de ler algumas notas para garantir que não se esquecia de nenhum ponto relevante.
O autor destacou o significado do livro para a cidade de Gaia, frisando que este representa uma chamada de atenção para a necessidade de um novo rumo político. “Apresento um livro com bastante significado para a cidade de Gaia. Mas eu também sou importante. Já que ninguém o diz. Sou licenciado em 5 anos em pré-Bolonha, equivalente ao mestrado, escrevo em vários jornais e fundei o único clube de pensamento cívico no panorama nacional.”
Mencionou ainda, a sua experiência e a sua postura independente na política, destacando o seu papel como ativista e cidadão engajado. “Nunca tive um cargo, mas isso não quer dizer que me sinta inferior a quem o teve. Sempre estive habituado ao contraditório e gosto de fazer críticas. Gosto de pensar pela minha cabeça sem amarras.”
A certa altura, Joaquim Jorge focou-se em Luís Filipe Menezes, defendendo a sua capacidade e experiência para voltar a liderar Gaia. “Menezes tem uma dimensão nacional, mas Gaia é um porto de abrigo de quem o compreende e ama. Alguém com um perfil de Primeiro-Ministro vir para Presidente da Câmara seria um privilégio.”
Faz um apelo à criação de um movimento cívico além dos partidos tradicionais, enfatizando que Gaia precisa de um novo Presidente. “Hoje em Gaia, a vida política é uma espécie de terra do PS e o resto é uma terra de ninguém. Gaia precisa de voltar ao melhor da política.”
Concluiu a manifestar a sua esperança de que o livro inspire os gaienses a refletirem sobre o futuro da cidade . “Publico este livro com a maior tranquilidade e desprendimento. Gaia precisa de ter de volta Menezes.”
Luis Filipe Menezes
Luís Filipe Menezes começou a sua intervenção destacando a presença de Ângelo Correia, a quem se referiu como um “Pavarotti da palavra“, e agradeceu o convite para o evento, revelando que inicialmente ponderou não comparecer devido a preocupações pessoais e profissionais.
Fez questão de deixar claro que não tem intenções de voltar a ocupar cargos eletivos ou executivos em Portugal, ressaltando que tal decisão se deve às suas convicções sobre a política portuguesa e europeia atuais. Contudo, deixou uma “alfinetada” ao atual presidente do PSD, Luís Montenegro, ao afirmar que as suas “linhas vermelhas” não coincidem com as de Montenegro.
O ex-presidente da Câmara de Gaia aproveitou a ocasião para refletir sobre o passado, presente e futuro da cidade. Afirmou que os 16 anos de progresso que Gaia viveu durante a sua liderança foram fruto de uma comunidade mobilizada e empenhada. Relembrou a diversidade política da sua equipa e a abordagem inclusiva na gestão municipal.
Para o futuro de Gaia, defende a necessidade de “uma visão moderna e adaptada às transformações tecnológicas e sociais iminentes“. Enfatizou a importância de projetos que preparem a cidade para avanços tecnológicos.
Menezes concluiu o seu discurso afirmando que Gaia não precisa necessariamente dele, “mas de alguém que tenha a visão e a capacidade de liderar a cidade rumo a um futuro inovador e adaptado às novas realidades”.
Editor Adjunto