O Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, acolheu na sexta-feira, 7 de junho, o concerto de encerramento do Festival Língua Terra, com um tributo ao músico guineense José Carlos Schwarz, figura marcante da cultura da Guiné-Bissau e símbolo da luta pela independência.
O espetáculo reuniu em palco Manecas Costa, Karyna Gomes e Remma Schwarz, filho do homenageado, numa celebração da obra do artista, conhecido pela sua música em crioulo, carregada de conteúdo político e social, e pela sua influência duradoura além-fronteiras.
O concerto sublinhou a importância de José Carlos Schwarz no panorama cultural das ex-colónias africanas de expressão portuguesa, destacando a sua contribuição para a afirmação da identidade nacional guineense. A organização frisou que o evento foi também uma afirmação do papel da cultura como espaço de liberdade, identidade e continuidade histórica.
O festival teve início a 6 de junho, quinta-feira, com a atuação da cantora brasileira Melly, acompanhada por Dino D’Santiago, num espetáculo que cruzou ritmos africanos, R&B, soul e eletrónica.
Na mesma noite, o artista cabo-verdiano Eu.Clides apresentou-se com sonoridades contemporâneas e arranjos minimalistas de temas clássicos da morna, valorizando a herança musical cabo-verdiana sob uma perspetiva moderna.
“O Língua Terra procurou criar pontes entre culturas que partilham a língua portuguesa, através da música”, referiu a organização do evento, promovido pelo projeto Língua Terra, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal.
O festival integrou o programa Venham Mais Vinte e Cincos, comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril, com o objetivo de fomentar o intercâmbio artístico entre países lusófonos, como Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
OC/JJS
