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Sábado, Fevereiro 8, 2025

Felix Gambino – A Música Como Terapia e Libertação

Felix Gambino, da Escola para a Música, um projeto a solo, como uma uma espécie de terapia e libertação.

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Joaquim Marques
Joaquim Marques
Técnico de Turismo

O Cidadão (OC): Podes apresentar-te aos nossos leitores?

Félix Gambino (FG): Félix Gambino surgiu como o meu projeto a solo numa fase em que comecei a usar o sampling e a caixa de ritmos, fugindo um pouco à composição habitual dos meus outros projetos em formato banda. Lembro-me de estar no meu estúdio a “brincar” com um sample de uma guitarra flamenco, e daí ter surgido a base da canção “Amantes Estilo Escobar”.
Gostei muito do instrumental que esbocei, mas, contudo, não tinha coerência nenhuma com
o que estava a fazer nos outros registos (gosto de compor a pensar num ou noutro projeto e colocar cada coisa na sua gaveta), e acho que foi assim que nasceu Félix Gambino.
Instintivamente, pensei em imagens da freguesia onde cresci, Pedrouços – às portas do
Porto, e comecei a escrever o EP “Pedrouços Clandestino”, que lancei no início de 2023
pela BAIT Records e que conta com as participações da Bia Maria, Capital da Bulgária e da
Rossana.

OC: Como surgiu a música na tua vida? Há quanto tempo te dedicas a ela
profissionalmente?

FG: Foi na escola! Na altura, o Rui Correia (da Biruta Records) mostrava-me imensa música, e trocávamos CD’s – acho que foi nesses tempos que começou a crescer a minha paixão pela música, principalmente pelo Hip-Hop, também por culpa do irmão do Rui, o Edgar Correia.
Íamos ver imensos concertos do Edgar com Raíz Urbana e com Roulote Rockers quando
éramos putos, e uma das coisas que me deixa sempre feliz em sublinhar é que, se não
fossem eles os dois, provavelmente a esta altura, não seria músico.
Mais tarde, começamos a ouvir e a descobrir mais coisas, no meu caso em particular, o
post-punk e o amor platónico pelo som de baixo do Peter Hook dos Joy Division e dos New
Order. Aí já não tinha escolha e formei com alguns amigos o projeto de rock alternativo, “O
Abominável”, em 2010.
Sempre tive “outras” profissões, mas por acaso, hoje em dia, trabalho como assessor de
imprensa – na área cultural – um trabalho muito relacionado com música (principalmente). 

A maior parte da música que ouvi durante este ano, por exemplo, foi de artistas que
trabalharam e/ou trabalham comigo. E ainda bem! Tenho a sorte de trabalhar com
profissionais extremamente talentosos e que confiam em mim para ser o seu auxílio na
comunicação dos seus lançamentos.

OC: Se tivesses de escolher um “rótulo” definindo o teu estilo musical, qual seria? 

FG: Para Félix Gambino em específico, não consigo escolher um rótulo. Nas outras bandas, “David From Scotland”, “Novos Românticos” e “Malibu Gas Station”, é fácil dizer que isto é synthpop, synthwave, etc.; e eu tenho imensa dificuldade em “descolar” desses mesmos rótulos que “definimos” para estes projetos. Daí Félix Gambino surgir como uma espécie de terapia e libertação para mim: tanto será hip-hop, trip-hop, latin, funk, soul, r&b, house, techno, indie, whatever! Vai ser sempre aquilo que me apetecer e também uma constante batalha comigo mesmo e com a tendência de me rotular em cada projeto. Isto até me apazigua bastante e lá está, é terapêutico.

OC: Onde e como divulgas o teu trabalho? 

FG: Através dos meios de comunicação e da imprensa – nunca deixarei de pensar, com toda a convicção, que as rádios, publicações, espaços como este aqui em que nos encontramos nesta troca de ideias e, acima de tudo, os programas de autor, serão sempre o maior e melhor veículo para a divulgação musical junto de quem realmente gosta de música e acompanha a música nacional e os novos lançamentos (mas isto dava conversa para
horas). De resto, uso as redes sociais, plataformas de streaming e tudo o que é normal hoje em dia.

OC: Consegues escolher apenas uma música que te defina e apresente?

FG: Grândola, Vila Morena. É um dos grandes fatores representativos para a liberdade de todos os músicos fazerem a música que querem, como quiserem, como bem entenderem. Perto das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e num clima tão hostil a nível político, social e económico, não poderia falar de outra música, que não esta. Que nos lembremos dela quando nos tentarem roubar aquilo que Abril construiu. É a única coisa que desejo.

OC: Quais os planos para o futuro?

FG: Irá sair, brevemente, um single novo e com a colaboração de uma pessoa que gosto mesmo muito! Quanto ao “resto” do futuro, logo se verá… 🙂

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