Casa cheia e muito satisfeita, pois o FC Porto marcou, mais uma vez, quatro golos sem sofrer. E a equipa continua a manter uma serenidade em campo que merece realce. Em simultâneo, jogadores que na época anterior poucas vezes jogaram, a par com meia dúzia de jovens da “B”, praticam um futebol de qualidade e conseguem o que, até agora, vinha sendo o mais difícil para os portistas – marcar golos.
Antes do jogo, o FC Porto homenageou o treinador do Al-Nassr – Luis Castro – e dois jogadores da equipa árabe – Otávio e Alex Teles, pois todos defenderam já as cores do Dragão. Por sua vez, o diretor desportivo do FC Porto, Zubizarreta, cumprimentou no relvado o seu congénere do clube árabe, ex-companheiro de seleção e compatriota, Fernando Hierro.

Mas assim que a bola começou a rolar, as velhas amizades ficaram para trás. Os portistas rapidamente “disseram” ao que vinham – continuar o caminho vitorioso da pré-época. Amigos, amigos…futebol à parte..
E a superioridade demonstrada foi inquestionável. A defender, a construir e a atacar, o FC Porto foi sempre muito melhor. O Al-Nassr bem tentou desfazer a organização do conjunto da “Invicta”, mas não teve talento ou arte.
No primeiro quarto de hora, o futebol foi lento e mastigado. O Al-Nassr limitou-se a gerir o 0-0; mas ao 17 minutos, João Mário cruza bem na direita e Nico aparece na área, a saltar mais alto do que todos os defesas da equipa adversária, inaugurando o marcador.
Se o FC Porto já dominava, a partir daqui “abafou” o adversário e fez mais 3 golos – Iván Jaime, Nico (outra vez) e Gonçalo Borges que, de “penalty”, estreou-se a marcar no Estádio do Dragão.

A segunda parte começou mais movimentada, com o Al-Nassr a tentar discutir o jogo,e a praticar um futebol mais agressivo, aberto e ofensivo; o FC Porto respondeu, obrigando os árabes a refrearem os ânimos atacantes. Tal como disse o técnico do Al-Nassr, Luis Castro, a equipa tentou de diversas formas surpreender o adversário, mas, simplesmente, não foi capaz. E quem viu o jogo pode adiantar: o FC Porto não deixou.
Ao chegar aos 60 minutos, Vitor Bruno mexeu na equipa. Tirou Gonçalo Borges, Namaso, Ivan Jaime, Nico, Gruijc , Claúdio Ramos e colocou em jogo, Rodrigo Mora, Galeno, André Franco, Vasco Sousa e Samuel Portugal. As muitas alterações dos “azuis e brancos” não alteraram o cariz do jogo, uma vez que continuaram a jogar melhor.
A equipa de Luís Castro só a espaços equilibrava. Com muita dificuldade. Notava-se, com clareza, a vontade em reduzir o marcador e, também, a impotência para “dobrar” os portistas.

Aos 72 minutos, o treinador do FC Porto mudou os “centrais”. Entraram David Carmo e Fábio Cardoso para os lugares de Zé Pedro e Otávio Ataíde.
jogaram ainda Gonçalo Brás, Gonçalo Sousa e Fran Navarro.
Surpresas deste período pré-competitivo:
Martim Fernandes – um defesa direito que Vitor Bruno colocou do lado esquerdo e não perdeu influência na equipa
Zé Pedro – o seu crescimento como futebolista e a grnade possibilidade de vir a ser titular indiscutível no conjunto “azul e branco”.
David Carmo – apareceu solto, confiante, seguro e com muita vontade de ser opção, depois de ter saído por empréstimo de forma pouco amistosa.
Rodrigo Mora – uma “pérola” que Vitor Bruno tem no grupo. Um potencial imenso
Nico González – Nem parece o mesmo da época passada. Joga, faz jogar e marca.
O treinador do FC Porto não compareceu na conferência de imprensa.
Luis Castro – “Ficámos pela intenção, não chegámos à ação“
“É sempre especial vir a um clube onde estive 10 anos a trabalhar; o FC Porto foi muito simpático. A arte de bem receber é muito típica dos portugueses, sabem fazê-lo muito bem. Estou muito agradecido ao FC Porto pela forma como retribuiu os 10 anos de casa, de uma forma singela, mas muito simpática”, começo por afirmar o treinador do Al-Nassr
Quanto ao jogo usou o pragmatismo a que nos habituou, “na primeira parte não existimos defensiva ou ofensivamente. O FC Porto saiu sempre bem e não fomos capazes de o impedir. Além de termos cometido muitos erros individuais.”
E na segunda parte?
“Modificámos e melhorámos. Vínhamos com a intenção de alterar o jogo, mas ficámos pela intenção, não conseguimos chegar à ação” – assumiu
Sobre as ausências de dois jogadores essenciais – Laporte e Cristiano Ronaldo – Luis Castro não usou como argumento para a goleada sofrida, “ é claro que o Laporte e o Cristiano acrescentam bastante à equipa, mas não vão resolver tudo. Enquanto treinador, assumo a derrota, a culpa é minha e não dos jogadores. Não são só os jogadores quem vêm resolver as coisas. São eles e eu.” – concluiu Luís Castro.

Fotografia | António Proença
Jogo no Estádio do Dragão
FC Porto, 4 – Al-Nassr, 0
FC Porto ( 11 inicial) – Claúdio Ramos; João Mário, Otávio Ataíde, Zé Pedro e Martim Fernandes; Gruijc, Varela e Nico González, Namaso, Gonçalo Borges e Iván Jaime.
Jogaram ainda: Samuel Portugal, André Franco, Vasco Sousa, Rodrigo Mora, Galeno, Tony Martinez, Fábio Cardoso, David Carmo, Gonçalo Brás, Gonçalo Sousa e Fran Navarro.
Os “internacionais foram apresentados, mas não jogaram. Zaidu e Marcano continuam lesionados.

Golos: Nico González (2), Ivan Jaime e Gonçalo Borges
Alberto Jorge Santos (texto) e António Proença (fotos)

Jornalista