
Este já está. Talvez o mais difícil, por ser o primeiro, a estreia. Geralmente, assim é. Agora, no próximo sábado, é com a Turquia, moralizada pelo triunfo folgado sobre a Geórgia.
Quando Roberto Martínez divulgou o “onze” inicial, os comentadores da bola, às dezenas pelas TV´s, ficaram hesitantes. Queriam criticar as opções , o que faziam com receio, pois o futebol é um jogo cheio de incidências e, às vezes ( tantas!), muito pouco lógico.
O treinador escolheu, tínhamos de confiar. Naturalmente que, cada português faria uma equipa diferente. Por isso mesmo, as opções de Martínez devem ser compreendidas. A sua ideia de jogo funcionou – Portugal dominou totalmente o jogo. E a seleção checa não é adversário fácil – rápida nas transições e com uma defesa de “betão”.
A equipa das “quinas” mostrou serenidade e confiança. Não cometeu muitos erros e só falhou na concretização. Esteve difícil encontrar o caminho do golo. Afinal, o mais importante num jogo de futebol.
Talvez os “teóricos” das TV´s tenham razão neste ponto – a entrada de um “desbloqueador” poderia ter sido feita mais cedo. O que não passa de suposição, pois ninguém sabe o que poderia acontecer. E um desequilíbrio da equipa a meio-campo seria, provavelmente, fatal.
O treinador português foi cauteloso. Só no período de compensação arriscou. Fez o “tudo ou nada”. Numa fase em que as forças dos jogadores ( de ambos os lados) já iam falhando ( os checos mostravam maior desgaste, pois passaram o jogo “sem bola” e a defender na área), lançou dois “agitadores” – Pedro Neto e Francisco Conceição. E acertou em cheio. Em breves minutos, a partida alterou-se. Num dos lances, dos mais rápidos, Pedro Neto furou a já periclitante defesa da Chéquia, serviu Conceição que fez o que estava a ser mais difícil – marcar. Em frente à baliza, não tremeu e fez o golo que vale 3 pontos e coloca o conjunto português na luta pela vitória na fase de grupos.
De salientar que Vitinha foi considerado o “homem do Jogo”.

Independentemente de todos os comentários depreciativos realtivamente às opções do treinador, Martínez acertou. Venceu o jogo. E parece que muita gente esquece que um jogo de futebol só termina quando o árbitro apita. E os que por cá andam há já algum tempo a ver futebol, sabem que “remontadas” em dois escasso minutos acontecem e não são tão raras assim.
A seguir, é o jogo com a Turquia, no sábado, dia 22, às 17 horas ( hora de Portugal)
Roberto Martínez – “Podia acabar 3 ou 4”

“Acontece no futebol uma equipa lutar, tudo a correr bem para ela. A Chéquia tinha muitos problemas para controlar o jogo. Não tinham essa intenção, mas o nosso jogo puxou-os para defender baixo. Hoje não é o aspeto técnico e tático. Hoje é a resiliência que demonstrámos. É a primeira vez que damos a volta a um resultado. Hoje acreditámos, mostrámos uma personalidade incrível. O balneário mostrou valores que são essenciais para mostrar talento e ganhar jogos.” – afirmou Martínez no final.
E sobre as vicissitudes do encontro, o técnico foi parco em palavras, mas muito abrangente
“É um jogo em que tivemos 13 cantos, nenhum para a Chéquia Se marcas golo cedo pode acabar 3 ou 4. Gostei muito do carácter, a resiliência. Um ambiente incrível. Os nossos adeptos não mereciam perder o jogo.”
Nem os adeptos nem a equipa, senhor Roberto Martínez.

Jornalista