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Sexta-feira, Novembro 7, 2025

A voz que faltou – Por Miguel Gonçalves

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E se o verdadeiro “Quem é Quemda ótica portuguesa não estiver nas listas… mas sim nas margens do setor?

Este mês, uma das principais revistas da área publicou mais uma edição do habitual “Quem é Quem da Ótica”. E eu não apareço. Nem eu, nem a minha empresa. Nem as marcas independentes que representamos. Nem os projetos com alma que nascem todos os dias longe dos holofotes.

Mas este texto não é um lamento. É uma reflexão. Em muitos setores, da saúde visual à moda, da distribuição à ótica, os holofotes continuam apontados sempre para os mesmos: os grandes grupos, as grandes cadeias, os nomes de sempre. E no entanto, são esses mesmos grupos que há anos vêm monopolizando o mercado, abafando a concorrência, esmagando o comércio local e confundindo os consumidores com mensagens comerciais agressivas, ofertas duvidosas e serviços padronizados.

Nós acreditamos noutra coisa. Acreditamos que as óticas independentes e as marcas com propósito são o presente e o futuro deste setor. Porque quando escolhemos um par de óculos, estamos a escolher identidade, qualidade, confiança. E os nossos familiares, amigos e clientes merecem o melhor: no cuidado visual, no acompanhamento clínico, e no acesso a produtos justos, honestos e diferenciadores.

Trabalhamos todos os dias por uma ótica com mais alma, mais humanidade, mais verdade. Mas não o fazemos sozinhos, nem o queremos fazer. Acreditamos que cooperar é melhor do que competir. Que há espaço para todos os que atuam com integridade. E que temos todos uma obrigação moral de elevar Pessoas, no nosso caso, através da visão e da experiência extraordinária que tantas óticas independentes, muitas delas familiares, oferecem diariamente.

Na nossa loja, já recebemos clientes que, após visitarem grandes cadeias, nos disseram: “Aqui, pela primeira vez, alguém olhou verdadeiramente para mim.” E isso vale mais do que qualquer prémio ou ranking.

Se ainda não fomos incluídos nas listas dos “quem é quem”… Talvez seja porque estamos a construir o “quem vai ser”. Porque há quem venda armações e lentes, e há quem transforme a forma como as pessoas vêem o mundo, e a si mesmas.

Estamos a criar o futuro da ótica, com nomes que talvez ainda não reconheçam… mas que vão ser impossíveis de ignorar. Se é para escrever o futuro… que seja com outra visão.





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