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Quinta-feira, Abril 24, 2025

A delicada arte de construir na Área Histórica do Porto

Nos logradouros da Área Histórica, cada pedra conta uma história e cada sombra guarda memórias de um tempo passado. O Plano Diretor Municipal (PDM) dita regras rígidas para preservar este equilíbrio, mas abre portas a exceções pontuais, onde o presente pode dialogar com o passado sem apagar a sua essência.

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No coração da Área Histórica, onde o tempo parece mover-se ao ritmo lento das fachadas antigas e das ruas empedradas, a construção não é apenas uma ação, mas um ato de respeito. Os logradouros, esses espaços abertos entre edifícios, são considerados pequenos pulmões urbanos, devendo manter-se livres de edificação e cobertos de vegetação permeável, como ditam as normas do Plano Diretor Municipal (PDM).

Mas nem sempre o imutável é absoluto. Em casos excecionais e fundamentados, pode erguer-se algo novo, desde que a construção dialogue com o passado e se encaixe na paisagem como se sempre ali tivesse estado. É uma dança entre modernidade e herança, onde só se avança se o impacto for mínimo e necessário.

As regras são claras: pode erguer-se um anexo modesto, até 10 m², um espaço de circulação, ou até mesmo uma estrutura para melhorar a acessibilidade. Também são aceites pequenos refúgios de lazer, como um jardim privado, um pátio para convívio ou uma piscina discreta. Para que o equilíbrio se mantenha, qualquer nova intervenção deve reduzir a impermeabilização do solo, devolvendo à terra parte do que antes lhe foi roubado.

Assim, a Área Histórica mantém-se viva, não como um museu ao ar livre, mas como um organismo pulsante, onde o presente respeita o passado e constrói o futuro com delicadeza. Afinal, quem ousaria erguer um novo capítulo sem antes ler a história que o precede?.

OC/RPC

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