Eles cantaram Abril para reivindicar um teto e agora sobem ao palco com A Garota Não, para um espetáculo emocionante.
José António Pinto, mais conhecido por Chalana, não precisava de provas. Mas um ano depois de iniciar o projeto Cantar Abril, o assistente social da junta de freguesia de Campanhã leva na bagagem mais algumas para reforçar a sua teoria: “O afeto é uma coisa incrível”, comenta.
“Eu já sabia. Mas depois desta experiência tenho ainda mais certeza: o afeto é uma poderosa ferramenta de intervenção social.”
Na passada quinta-feira, às 21h30, o grupo Cantar Abril fechou um ciclo de um ano de ensaios e concertos – com saudades antecipadas, mas também com memórias felizes e até um vinil!
Foi um desfilar das canções que todos nós conhecemos e que muitas vezes cantámos! O presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, não pode estar presente, mas enviou um texto que a “rainha” leu. Conheci a “rainha” no albergue central, junto à praça da República, onde residi uma semana.
Dos albergues, a “rainha” distingui-se-se pela sua presença em palco!
Agora quem em palco “partiu a loiça toda” como se diz na gíria, foi o diretor deste o projeto, José António Pinto, mais conhecido por Chalana. Ele tocou, ele cantou, ele saltou, ele dançou, um verdadeiro “performance” em palco!
O público teve uma participação massiva e efusiva!
Desfilaram canções como: Somos Livres, Liberdade, Trova do Vento que Passa, E Depois do Adeus, Desfolhada e Tourada entre muitas outras!
O que eu achei incrível foi a alegria com que os “Sem Teto”, se envolveram neste projeto. As suas vozes por vezes, subiram aos céus!
Eu posso testemunhar na prática, pois neste momento estou (graças a Deus) no albergue de Campanhã, onde estou a ser muito bem tratado!
Digo-vos sinceramente, houve passagens no espetáculo em que me emocionei! Pela primeira vez ouvi a Garota Não!

Curiosamente a Cátia Mazarati Oliveira, nasceu no mesmo ano que o meu filho Tiago, em 1983, em Setúbal. A “garota” é licenciada em Comunicação e Cultura pela Faculdade de Letras de Lisboa. Curiosamente foi professora de inglês e de natação. Ganhou o prémio do melhor Videoclip no Arouca Film Festival. O seu segundo álbum “2 de Abril”, foi considerado pela revista Blitz, entre os cinquenta melhores álbuns portugueses de 2022. Em 2023, ganhou na categoria de melhor intérprete na edição dos Globos de Ouro. Entre muitos outros prémios a Câmara Municipal da Amadora premiou-a, com o Prémio José Afonso (2023).
Uma noite inesquecível para quem esteve presente e o final terminou com o público abraçado a cantar “Grândola Vila Morena”.
Não posso deixar de apreciar a forma graciosa com que o nosso amigo Chalana, chamou ao palco todos os patrocinadores e colaboradores que deram luz à edição do Disco Vinil

Músico/Colaborador