Que persistente este escuro tatuado nos meus olhos!
Irei pelas margens da cidade
ébria do silêncio das pedras
da solitude da noite
O teu corpo indomável
era um mar por nascer
A cidade sem a tua voz
É um vulto de farol adormecido
onde não amanhece(s)
o teu sorriso é tão incerto
tão breve a nossa quietude
tão longe as tuas mãos do meu corpo
E a sede dos teus beijos morre na desolação das esquinas
Esmorece lentamente a calçada que nos levava ao rio
As cidades são feitas de amantes embriagados
Na clandestinidade de noites ateadas.
Que persistente este escuro tatuado nos meus olhos!
(Poema a publicar no seu próximo livro e que a autora dedica aos leitores de O Cidadão)
Professora e Escritora