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Sábado, Dezembro 7, 2024

Que persistente este escuro tatuado nos meus olhos! – Por Rosa Fonseca

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Rosa Fonseca
Rosa Fonseca
Professora e Escritora

Que persistente este escuro tatuado nos meus olhos!

Irei pelas margens da cidade
ébria do silêncio das pedras
da solitude da noite
O teu corpo indomável
era um mar por nascer

A cidade sem a tua voz
É um vulto de farol adormecido
onde não amanhece(s)
o teu sorriso é tão incerto
tão breve a nossa quietude
tão longe as tuas mãos do meu corpo

E a sede dos teus beijos morre na desolação das esquinas
Esmorece lentamente a calçada que nos levava ao rio
As cidades são feitas de amantes embriagados
Na clandestinidade de noites ateadas.

Que persistente este escuro tatuado nos meus olhos!

(Poema a publicar no seu próximo livro e que a autora dedica aos leitores de O Cidadão)

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