No Estádio do Dragão, no Porto, perante a maior assistência de sempre num jogo feminino em solo luso, com 40.189 espetadores, Katerina Svitkova adiantou as checas, aos 33 minutos e Kika Nazareth restabeleceu a igualdade, aos 47.
As nosssas “Navegadoras” são, sem dúvida, melhores do que as checas. No primeiro quarto de hora da partida, despediçaram várias ocasiões flagrantes de golo e ainda enviaram uma bola ao ferro da baliza.
Aoi minuto 6, Andreia Jacinto acertou no poste; depois, Tatiana Pinto, Ana Capeta ( por duas vezes), Jéssica Silva e Kika tiveram nos pés a possibilidade de avançar no marcador. Quando podiam ter ido para o descanso com 3 ou quatro galos marcados…acabaram por ir em devantagem ( 0-1). Um resultados injusto que depois corrigiram.
O futebol desenvolvido pelos dois conjuntos é de muito boa qualidade, as portuguesas são melhores tecnicamente e rápidas, com bola e a recuperar, mas as checas são mais fortes fisicamente e ganham muitos duelos.
Na terça-feira, na Chéquia, no jogo da segunda mão, cabe às “navegadoras” aproveitarem a mais que previsível subida das adversárias em campo e, por via disso, graças à velocidade e técnica, surprenderem-nas, colocando justiça na eliminatória, vencendo-a.
O encontro da segunda mão está marcado para terça-feira, em Teplice, onde a formação comandada por Francisco Neto vai tentar replicar as presenças nas fases finais de 2017 e 2022.
Francisco Neto ( Treinador de Portugal) – “Aproveitar melhor as oportunidades”
“Antes do jogo, as jogadoras estavam completamente normais, até normais demais. Pensei que poderiam estar mais empolgadas ou ansiosas, mas não foi o caso. Uma coisa é certa: esta equipa reage muito bem perante o apoio dos portugueses e esteve sempre tranquila.
Estratégica e taticamente, cumprimos o que estava delineado. Queríamos pressionar alto, ganhar bolas no meio campo adversário e desgastar a Chéquia com posse de bola. Isso foi evidente. Dominámos, mas o que precisamos melhorar é a abordagem no último terço do campo. Podíamos ter tido mais critério nas decisões. Ficámos satisfeitos com o domínio e com a forma como recuperámos muitas bolas, o que é um indicador de controlo do jogo. No entanto, é necessária maior audácia e eficácia na concretização.
As alterações táticas realizadas neste jogo foram pensadas para o contexto do momento, não necessariamente com o próximo jogo em mente. Sentimos, principalmente nos momentos em que perdíamos a posse de bola, que o jogo se tornava partido e perigoso. Por vezes, fruto da fadiga, tivemos de refrescar a equipa para manter a intensidade. Isso foi feito com o objetivo de controlar melhor este jogo e não pensando já no próximo.
Durante a preparação, analisámos bem os diferentes cenários que a Chéquia poderia apresentar. Sabíamos quais os caminhos que elas poderiam explorar e ajustámos a estratégia. A grande lição a tirar daqui é que precisamos de melhorar a abordagem no último terço, ter mais critério e eficácia. Tivemos várias ocasiões claras, mas, a este nível, é fundamental aproveitar melhor essas oportunidades.“
Ficha do Jogo
Estádio do Dragão, Porto
Espetadores: 40189
Árbitro: Silvia Gasperotti ( Itália)
Portugal; Inês Pereira; Catarina Amado, Ana Borges, Carole Costa, Diana Gomes e Joana Marchão; Andreia Jacinto (Dolores) e Tatiana Pinto; Kika Nazareth (Stephanie Ribeiro), Jássica Silva (Diana Silva) e Ana Capeta (Andreia Norton)
Suplentes: Patrícia Morais, Rute Costa;Alícia, Andreia Bravo, Andreia NOrton, Fátima Pinto, Dolores, Diana Silva, Andreia Faria, Carolina Mendes, Ana Rodrigues e Stephanie Ribeiro
Treinador: Francisco Neto
Chéquia: Votiková; Slajsová, Bertholdová, Dedinováe Bartonová; Svitková (Starová), Cahinová (Soontagová) e Dubcová; Cerná (Pecková), Stasková (Kotroková) e Khyrová (Krajciriková)
Suplentes: Jilková, Radová, Berndová, Paulenová, Soontagová, Veselá, Krajciriková, Starová, Kotrcová, Polaaková, Pecková e Ruzicková
Treinador: Karel Rada
Golos: Svitková (0-1); Kika Nazareth (1-1)
Cartoes Amarelos: Dubcová; Krajcirijová; Radová
Cartões Vermelhos: não houve
Ao intervalo:0-1
Resultado Final:1-1
Reportagem OC : Alberto Jorge Santos (texto) e António Proença ( fotos)
Jornalista