“Nunca contabilizei as horas que gasto nisto, mas são muitas. E faço porque gosto. Comecei com 18 ou 19 anos e tenho 63, já lá vão 44 anos a trabalhar no esferovite e no papel para o cortejo.” – Disse Vitor Gaio, que prepara com afinco os carros alegóricos da Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira (AMBSP).
Um trabalho tão moroso e delicado para durar apenas uma manhã?
“Muitos dizem isso. Mas eu só sei fazer as coisas bem feitas. Não sei fazer mal feito. Não sei aldrabar.” e continuou “nunca ganhei dinheiro com isto, é paixão, amor à camisola” nada mais.”
Mas são muito anos a fazer este trabalho…
“Sim. Faço porque gosta. E enquanto gostar, faço. E não pense que faço par ser compensado! Não! Faço porque gosto!
É por haver pessoas como Vitor Gaio que o cortejo de São Bartolomeu, com os seus trajes de papel, existe há 150 anos. E a organização já concorreu à UNESCO para ser considerada Património Imaterial.
Marcham neste cortejo de trajes de papel as associações da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde.
Os figurantes são cerca de 500 e o ano passado estiveram a assistir mais de 10 mil pessoas.
Todos os anos há um tema em destaque . 2024 será dedicado às capitais olímpicas em que os portugueses obtiveram medalhas.
O Cortejo termina com o “banho santo” na Praia do Ourigo.
Repórter Fotográfico