Precisamente há um ano, fui convidada para escrever neste jornal, O Cidadão. Estávamos em setembro e era oportuno falar da Escola e surgiu a crónica “Vai, o primeiro dia está próximo. Enche a tua mochila de sonhos e segue caminho”.
E sem darmos conta, o tempo passou e setembro está aí. Um mês buliçoso. O mês que desorganiza e de certa forma, inquieta as famílias com filhos pequenos.
Deixámos o verão para trás e rumamos agora, a uma nova etapa da vida para os pais e filhos que entram pela primeira vez no mundo escolar.
Um mundo novo e promissor e, ao mesmo tempo, desconhecido.
Enquanto pais e educadores, as preocupações são imensas e acresce a angústia; deixar o nosso filho sob o olhar de um desconhecido não é coisa simples. O nosso coração balança e tantas vezes aperta.
Afinal, cortar o cordão umbilical dói, dói muito. Os primeiros dias são sempre mais difíceis. Os braços pequeninos a rodear o nosso pescoço, o choro, um olhar de súplica, deixam-nos sem chão e temos que suster a angústia da separação.
E se por um lado sabemos e temos a certeza de que ficam bem, por outro, a culpa e as lágrimas invadem-nos.
Queremos que o dia passe depressa para voltarmos a ter o nosso menino nos braços. Acalmar a ansiedade da criança, pois a mudança assusta; um ambiente novo e desconhecido inquieta-nos.
Os pais sabem que o papel do professor/educador é muito importante no desenvolvimento escolar da criança e isso deixa-os seguros de que tudo vai correr bem. Tudo corre bem.
Com o tempo, tudo volta ao normal, os corações sossegam e a quietude inundará os lares.
Os choros darão lugar aos sorrisos. O olhar alegra-se.
Enquanto professora e mãe que sentiu a mesma angústia, digo-vos que a Escola é um lugar seguro e de afetos. De partilha e experiências enriquecedoras. De aprendizagens e inclusão. E se vos acalma, acreditem que os professores amam os vossos filhos e têm sempre um abraço caloroso.
Se me permitem ainda, e não é conselho, o papel dos pais é fundamental neste e noutros momentos da vida escolar; ser participativo, desenvolvendo e colaborando nas atividades escolares dos filhos, dá-nos uma maior proximidade e dimensão da malha escolar onde estão inseridos.
Mas fundamental mesmo, é o amor e o tempo de qualidade que passamos com os nossos filhos.
E setembro está aí a romper e vem embrulhado em névoas matinais. Rapidamente o sol brilhará por entre os ramos das árvores.
Vamos então rumar a uma nova etapa.
Bom ano escolar!
Professora e Escritora
