Caro leitor, após o período de férias, que espero tenha sido ótimo, retomo estas minhas crónicas sobre temas relacionados com a Economia e com as Finanças.
Procurarei, nos próximos textos, ter como foco, a simplificação de alguns conceitos e termos, muito utilizados pelo “economês”, com impacto na vida financeira de cada um de nós e que, na maioria das vezes, são de compreensão mais fácil, do que a aparência que têm em algumas abordagens, discussões políticas e não só.
E comecemos pelo PIB e o que significa o objetivo do seu crescimento que tanto se discute! O Produto Interno Bruto (PIB) de um país é de facto um indicador muito relevante para os cidadãos, na medida em que indica a dimensão da produção de bens e serviços e quanto maior for o seu crescimento, maior é a riqueza gerada e maior é a dimensão do que se pode distribuir. Sendo uma afirmação de compreensão muito simples, em algumas discussões, parece não existir a noção da importância e das consequências de um reduzido crescimento do PIB. Não se pode distribuir o que não se cria!
Numa analogia muito simples, o crescimento dos rendimentos gerados por uma família, permitirá, genericamente, melhores condições financeiras para fazer face ao orçamento familiar e à satisfação das necessidades de cada um dos membros da família.
Esta é uma verdade inquestionável, mas o impacto que o maior rendimento gerado tem em cada uma das pessoas do agregado familiar, obviamente, depende da forma como é afeto à satisfação e anseios de cada um. Tal como no país…
Como nas famílias, a forma como é efetuada a distribuição do produto gerado pelo país, tem um impacto direto e muito significativo no bem-estar das pessoas. Os efeitos de uma distribuição equilibrada e bem ponderada pode melhorar os níveis de desigualdade, acesso mais facilitado a bens essenciais, o reforço da qualidade de alguns serviços prestados fundamentais, como a saúde, a educação ou à habitação e, por consequência, fortes impactos na coesão social e na existência de um ambiente mais propício ao crescimento futuro do PIB.
Com a aproximação da discussão do Orçamento do Estado para 2026, nos próximos tempos, estarão muito presentes os temas subjacentes a esta minha crónica. Claro que será em bom “economês”…
Fica o meu desejo, que a discussão se focalize bastante nas ações para fazer crescer o bolo (PIB)! A discussão centrada no crescimento da fatia, é naturalmente importante, mas se o bolo não crescer, o aumento do volume da fatia só é possível, com a redução da fatia de outros.
Se o bolo crescer, ainda que a proporção no bolo não cresça, aumentará seguramente o tamanho da fatia!
Economista Conselheiro e Consultor
