O café é mais do que uma bebida. É um ritual, um elo que atravessa fronteiras, que aquece conversas e momentos, que embala madrugadas de trabalho e acompanha desfechos de refeição.
A 1 de outubro, o mundo celebra o Dia Internacional do Café, uma data que nos convida a refletir sobre a importância deste grão que não só mexe com os nossos sentidos, como também movimenta a economia global e sustenta o quotidiano de milhões de pessoas.
Aquele aroma que invade as ruas pela manhã, a chávena fumegante que acorda e revigora, é um símbolo de conforto, partilha e cultura.
Rui Nabeiro e a Delta Cafés: O legado de um visionário
Mas não se pode falar de café, em Portugal e no mundo, sem fazer uma grande referência a Rui Nabeiro, o magnata dos cafés e fundador da Delta Cafés, que nos deixou recentemente. A história de Rui Nabeiro é uma verdadeira inspiração, não só pelo sucesso que alcançou, mas também pelos valores humanos e empresariais que sempre o guiaram.
Nascido em Campo Maior, no Alentejo, em 28 de março, de 1931, Nabeiro começou a sua carreira de forma humilde, ajudando a família no pequeno comércio local. Mas a sua visão era muito maior. Em 1961, decidiu criar a Delta Cafés, uma empresa que começou pequena, mas que, graças ao trabalho árduo, à inovação e ao compromisso com a qualidade, rapidamente se tornou um gigante do setor.
A Delta Cafés é hoje uma das maiores torrefações de café em Portugal e uma marca de referência a nível internacional. Sob a liderança de Rui Nabeiro, a empresa não só conquistou os corações dos portugueses, como também se expandiu para além fronteiras. O sucesso da Delta deve-se, em grande parte, à filosofia de proximidade com os clientes e ao rigor na seleção e produção dos melhores grãos de café.
Mas Rui Nabeiro não foi apenas um homem de negócios. Foi também um filantropo e um exemplo de liderança ética. Ao longo da sua vida, Nabeiro esteve sempre preocupado com as pessoas, fosse através da criação de empregos na sua terra natal ou do apoio a causas sociais. O seu modelo de negócio baseava-se na confiança e no respeito, tanto pelos trabalhadores como pelos clientes, algo que nem sempre é comum no mundo empresarial.
Rui Nabeiro foi também pioneiro em muitas áreas, promovendo a responsabilidade social e a sustentabilidade antes mesmo de estes termos se tornarem tendências globais. A sua preocupação com o ambiente levou-o a implementar práticas inovadoras na produção de café, garantindo que a Delta fosse uma empresa ecológica e responsável. A aposta na investigação e no desenvolvimento também foi uma constante, com a Delta a criar produtos que atendem às novas exigências do mercado, como as cápsulas de café biodegradáveis.
A morte de Rui Nabeiro em, 19 de março de 2023 foi sentida profundamente, não só em Portugal, mas em todo o mundo. Ele deixou um legado que vai muito além da Delta Cafés; deixou uma história de inovação, trabalho árduo e, acima de tudo, de humanidade. No dia em que celebramos o café, também celebramos a vida de um homem que viveu para ele e para o tornar acessível a todos, sempre com um sorriso no rosto e uma mão estendida.
Um brinde ao café e ao legado de Nabeiro
Neste Dia Internacional do Café, ao levantar a nossa chávena, brindamos a todas as pessoas que fazem parte desta cadeia global, desde os agricultores até empregados de mesa ou de balcão, passando pelos visionários como Rui Nabeiro, que transformaram o café numa arte e num motor de desenvolvimento. Porque o café é isso: uma bebida que aquece corpos, mas também o coração de quem acredita no poder da simplicidade e da partilha.
Assim, que este dia seja mais do que uma simples celebração; seja uma homenagem ao café e a todos aqueles que, como Rui Nabeiro, fizeram do café muito mais do que um negócio, fizeram dele um legado de vida.
OC/RPC
Editor Adjunto