Região de grande beleza, rico e diversificado património. Excelente gastronomia com destaque na carne barrosã. Terra de bons ares e bons vinhos.
Gente laboriosa. Gente que sabe trabalhar a terra, pessoas interessantes, multifacetadas, encontramos pelos concelhos de Boticas e de Montalegre.
Povo de muitas artes e ofícios. Das muitas aldeias que conheço por essas terras e sem desconsiderar nenhuma, tenho duas e por diferentes razões, excelentes recordações.
No concelho de Boticas, freguesia de Dornelas, na povoação de Vila Grande, onde anualmente realizam as festas de S. Sebastião que se comemora a 20 de janeiro de cada ano. Recordo-me de uma mesa grande feita em plena rua, previamente cortada ao “trânsito” e bem recheada de boas carnes, bela broa e bola, entre outras iguarias, e excelente vinho, para o povo comemorar e festejar.
Ninguém paga, todos comem, incluindo os forasteiros, que são muito bem-vindos. Há anos atrás, até uma excursão de universitários de Lisboa, lá foi conhecer essas vivências.
Nesta aldeia, destaco um filho da terra, homem muito popular e que granjeia elevados índices de simpatia e popularidade – Xavier Barreto, o Engº que vive com o povo e para o povo.
O concelho de Montalegre, é Património Mundial Agrícola. Neste concelho, Parafita, ali mesmo junto à barragem do Alto Rabagão, certamente esta aldeia poderia ser um “case study”, pelo alto índice de escolaridade registado desde há muitos anos, desde o tempo da outra senhora. Aqui, o destaque vai para as qualificações que muitos adquiriram. Com efeito, já nos anos 60/70 do século passado, nesta aldeia havia quem tivesse estudado e conseguido, licenciaturas e mestrados. Havia seminaristas, alguns enveredaram pelo Direito, tornando-se distintos advogados, outros pela magistratura, chegando a ser Juízes e outros Procuradores da República.
Quase todas as casas têm gente letrada. Seria enfadonho enumerar aqui as profissões todas, entre outras há: Advogados, Assistentes Sociais, Engenheiros, Enfermeiros, Médicos, Gestores, Doutores, licenciados em tão vasta panóplia de licenciaturas.
Se hoje em dia, há felizmente muita gente licenciada, em muitas aldeias, fruto da democratização do ensino após a revolução de 25 de Abril de 1974, esta destaca-se pela excelência, quiçá no panorama do País.
Não querendo substituir-me ao putativo estudo de caso, tenho para mim que esta gente, perante tantas adversidades da vida, percebeu, sem sombra de dúvida, que as qualificações eram a via de subida no elevador social.
Outro destaque vai para várias famílias de emigrantes que obtiveram grande sucesso quer nessa terra quer pelo norte de Portugal e já com luso descendentes, portanto várias gerações de sucesso e claro está, nos países europeus e das américas para onde foram.
Em terras barrosãs, há excelentes bandas musicais. Não poderia de deixar fazer menção à Banda Musical de Parafita, pela excelência do seu trabalho, participação em muitos locais de Portugal e estrangeiro, em programas televisivos e a recente atuação na Casa da Música no Porto.
Caro leitor/a, se puder, viaje também cá dentro, vá descobrir o país profundo. Contemple as belezas naturais, saboreie o que de bom temos, vai dar o tempo por bem empregue e a contribuir para a sua felicidade.
Técnico de Formação Profissional
