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Quinta-feira, Outubro 30, 2025

Dejohnette: O “Deus” do Ritmo

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Faleceu ontem um dos grandes bateristas do jazz, Jack Dejohnette.
Tive o enorme prazer de conviver com ele, em algumas ocasiões.
Ainda recordo, quando atuou com o “Gateway”, juntamente com Dave Holland e John Abercombie, em Matosinhos.

Ficou deliciado com a açorda de marisco, servido numa concha, do restaurante Chanquinhas…
Alertou-me para nunca convidar o Keith Jarrett Trio…
Inquiriu-o qual a razão?

Palavras dele:- Vais ter a maior dor de cabeça da tua vida! Nem imaginas o que ele te vai pedir… Desde um piano branco no quarto, ou garrafas de vinho caríssimas, etc…E já agora sabes qual a razão porque normalmente o piano introduz o tema? Ele não fala connosco, entra e sai, sem dizer uma palavra…Há vinte anos, ensaiamos cerca de sessenta temas e pela introdução do piano nós sabemos qual é o tema!…

Nascido em Chicago em 1942, DeJohnette cresceu numa família onde a música e a apreciação musical eram a prioridade. Aos quatro anos, começou a estudar piano clássico em aulas particulares e, mais tarde, no Conservatório de Música de Chicago. Acrescentou a bateria ao seu repertório quando se juntou à banda da escola secundária, aos catorze anos. «Quando era criança, ouvia todos os tipos de música e nunca os classificava em categorias», recorda. “Tive aulas formais de piano e ouvia ópera, música country e western, rhythm and blues, swing, jazz, tudo. Para mim, era tudo música e tudo era ótimo. Mantive esse sentimento integrado em relação à música, a todos os tipos de música, e simplesmente levei-o comigo. Mantive essa crença e esse sentimento, apesar da tendência contínua de tentar compartimentar as pessoas e a música.” Em meados da década de 1960, DeJohnette entrou na cena jazzística de Chicago, não apenas como líder dos seus próprios grupos incipientes, mas também como músico acompanhante, tanto no piano como na bateria. Ingressou a “Association for the Advancement of Creative Musicians”.

Mais tarde, tocou bateria ao lado de Rashied Ali e John Coltrane Quintet. Ganhou reconhecimento internacional, durante o seu período no Charles Lloyd Quartet. Em 1968, DeJohnette juntou-se ao grupo de Miles Davis pouco antes da gravação de “Bitches Brew”, um álbum que provocou uma mudança radical no jazz. Mais tarde, Miles escreveu na sua autobiografia: «Jack DeJohnette deu-me um groove profundo que eu adorava tocar.» DeJohnette permaneceu com Davis durante três anos, e deu importantes contribuições para gravações proeminentes de Davis, como “Live-Evil” e “A Tribute to Jack Johnson” (ambas em 1971) e “On the Corner” (1972).

Durante esse mesmo período, DeJohnette também gravou os seus primeiros álbuns como líder, começando com The DeJohnette Complex em 1968 pela Milestone. Ele continuou com “Have You Heard” em 1970, depois mudou para a “Cosmic Chicken” em 1975. A metade da década de 1970 foi marcada por uma série de grupos e projetos de curta duração – muitos deles inclinados para o lado experimental do jazz, incluindo “The Gateway Trio” (com Dave Holland e John Abercrombie), “Directions” (com Abercrombie e o saxofonista Alex Foster) e New Directions (Abercrombie, com Eddie Gomez no baixo). “A Special Edition” – que ajudou a lançar a carreira de músicos pouco conhecidos como: David Murray, Arthur Blythe, Chico Freeman, John Purcell e Rufus Reid – permaneceu ativa até a década de 1990, embora o projeto fosse frequentemente interrompido por vários outros empreendimentos colaborativos de DeJohnette, especialmente gravações e tournés com Keith Jarrett.

DeJohnette trabalhou extensivamente com Jarrett como parte de um trio de longa data, com Gary Peacock. Outro dos projetos de grande visibilidade de DeJohnette no início dos anos 90 foi um quarteto em digressão composto por ele próprio, Holland, Herbie Hancock e Pat Metheny. Em 1992, o grupo lançou “Music for a Fifth World”, um álbum inspirado na cultura nativa americana que também contou com participações de Vernon Reid e John Scofield.

Dada a diversidade de músicos e estilos que ele havia abraçado até então, DeJohnette já descrevia a sua música nos anos 90, como “multidimensional”. Em 2004, DeJohnette gravou e fez uma digressão com dois projetos nomeados para os Grammy – “Out of Towners”, com Jarrett e Peacock (também conhecido como Standards Trio); e Ivey Divey, que contou com Don Byron e Jason Moran. Ele continuou a trabalhar com Jarrett e Peacock em 2005. Lançou vários outros projetos nesse mesmo ano, o primeiro dos quais foi o “Latin Project” – uma combinação que consistia nos percussionistas Giovanni Hidalgo e Luisito Quintero, o saxofonista Don Byron, o pianista Edsel Gomez e o baixista Jerome Harris. Outros projetos em 2005 incluíram o “The Jack DeJohnette Quartet”, com Danilo Perez, John Patitucci e Harris; e o “Beyond Trio”, um grupo que celebrava a música do baterista Tony Williams, com John Scofield e Larry Goldings. E como se isso não bastasse para tornar o ano agitado, 2005 também marcou o lançamento da gravadora do próprio DeJohnette, a “Golden Beams Productions”.

Os seus dois primeiros projetos pela nova gravadora foram “Music from the Hearts of the Masters”, uma gravação em dueto com o tocador de kora gambiano Foday Musa Suso”, e um álbum de relaxamento e meditação intitulado “Music in the Key of Om”, com DeJohnette no sintetizador e sinos ressonantes.

Este último álbum foi nomeado para um Grammy na categoria de Melhor Álbum New Age. Ele encerrou 2005 com o lançamento de “Hybrids”, uma mistura perfeita de jazz africano, reggae e dance music, com a participação de Foday Musa Suso e um elenco internacional representando estilos musicais de todo o mundo. Duas gravações ao vivo surgiram em 2006: “The Elephant Sleeps But Still Remembers” (Golden Beams), onde teve o seu primeiro encontro musical com o guitarrista Bill Frisell no “Earshot Festival em Seattle em 2001”; e “Saudades” (ECM), um concerto em Londres em 2004 celebrando a música de Tony Williams. DeJohnette e Frisell reuniram-se novamente no outono de 2006 – juntamente com o multi-instrumentista Jerome Harris e o mestre da mistura Ben Surman – para uma digressão para promover “The Elephant Sleeps”.

Termino apresentando dois discos que marcam a sua carreira:

The “DeJohnette Complex” é o álbum de estreia de Jack DeJohnette com Bennie Maupin, Stanley Cowell, Miroslav Vitous, Eddie Gómez e Roy Haynes, gravado em 1968 e lançado pela editora Milestone em 1969.


O “Jack DeJohnette” Piano Album é um álbum de Jack DeJohnette, onde toca pianos em termos arrojados com Eddie Gómez e Freddie Waits, gravado em 1985 e lançado pela editora Landmark.

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As melhores baquetas do mundo!

Como conclusão e atenção, esta é a minha opinião como músico. Entendo que os solos de bateria, devem ser vistos em duas etapas.

A primeira etapa, é aquela que antecede Johnette, onde são usados mais os tambores, ruffs de tarola, etc…Muitos intercalam o bombo e o preto de choque, como base do solo.

E depois de Johnette, o solo torna-se mais rítmico, com as peças da bateria, algumas vezes a tocarem todas juntas.

Paz à sua Alma

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