O Parque Nacional da Peneda-Gerês, um dos tesouros naturais mais preciosos de Portugal, enfrenta uma nova ameaça à sua integridade ecológica. A FAPAS – Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade, organização de defesa do ambiente, manifestou-se publicamente contra a recente decisão de transformar a Cascata da Fecha de Barjas, uma das paisagens mais emblemáticas do parque, numa atração artificial, comparando-a a um “circo” urbano.
A organização destaca a contradição de Terras do Bouro, um município que tanto tem beneficiado do turismo gerado pelo parque, mas que ao longo das últimas décadas, tem contribuído para a sua degradação. Desde os anos 1980, quando o então presidente da câmara descreveu o parque em termos desdenhosos e alarmistas, até às recentes intervenções estéticas e funcionais, o histórico de decisões tem suscitado preocupações constantes entre os ambientalistas.
Um dos exemplos mais recentes desta política é a construção de plataformas sobre o rio Gerês, uma intervenção classificada pela FAPAS como “inútil e inestética”, e agora a proposta de instalação de um teleférico entre o Gerês e a Pedra Bela. Estes projetos, na visão da FAPAS, não apenas desrespeitam a paisagem, mas também subvertem os princípios de conservação que deveriam guiar a gestão do parque.
A FAPAS apela agora à intervenção das autoridades competentes, incluindo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para que cumpram a legislação vigente e evitem a execução de mais uma obra que poderia resultar numa perda irreparável para o único parque nacional de Portugal. A preservação deste espaço natural, alertam, é crucial para as futuras gerações.
Edição: Rui Paulo Costa