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Sexta-feira, Novembro 7, 2025

Temperatura média até agosto foi 1,42ºC acima de níveis pré-industriais

A COP30, a Cimeira da ONU sobre o Clima, começa na próxima segunda-feira e vai até dia 21. O encontro cota com a presença das delegações de quase 200 países

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O ano de 2025 será dos mais quentes de sempre e a temperatura média até agosto foi cerca de 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais, disse esta quinta-feira em Belém, Brasil, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Celeste Saulo falava na abertura da cimeira da ONU sobre o clima, a COP30, que esta quinta e sexta-feira junta apenas líderes mundiais em Belém, no Brasil.

A conferência, com a presença das delegações de quase 200 países, começa na próxima segunda-feira e vai até dia 21.

Recordando que a OMM está a divulgar uma atualização do Estado do Clima 2025, a responsável afirmou: “Estou hoje diante de vocês com a dura realidade (…). Não podemos desafiar as leis da física. A ciência não mente. A série alarmante de temperaturas excecionais continua”.

Celeste Saulo alertou que as concentrações de gases de efeito estufa, que retêm calor, estão nos níveis mais elevados em 800 mil anos, o que conduz o planeta para “um futuro mais quente e mais perigoso”.

E, o que é particularmente preocupante, o aumento dos níveis de dióxido de carbono entre 2023 e 2024 foi o mais elevado que já medimos”, disse, alertando também que o calor dos oceanos está em “níveis recordes”, causando danos em ecossistemas e economias.

Com a subida dos níveis do mar a continuar a aumentar, com o gelo marinho da Antártida e do Ártico a atingirem níveis recorde de baixa, o mundo assiste, referiu, a “condições meteorológicas destrutivas”, como meses de chuva que caem em minutos, ou calor extremo.

Estes não são avisos distantes, mas sim a realidade de hoje, avisou.

Segundo Celeste Saulo, o aumento recorde de GEE significa que é praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5ºC (como foi aprovado no Acordo de Paris sobre o clima há 10 anos) nos próximos anos, sem ultrapassar temporariamente essa meta do Acordo de Paris.

Perante tantos avisos, a responsável admitiu que há progressos, falou que os alertas precoces estão a salvar vidas, que a ciência está agora a deixar alertas, mas também a ajudar na adaptação.

E pediu que a COP30 seja lembrada, não como mais um aviso ignorado, mas como o momento em que o mundo mudou de rumo.

Não podemos reescrever as leias da física mas podemos reescrever o nosso caminho”, disse.

OC/MP

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