O Aeródromo Municipal Cosme Pedrógão, situado nas Caneiras, em Santarém, foi palco na manhã desta segunda-feira, 28 de outubro, de um simulacro de emergência à escala total. A operação envolveu várias entidades no apoio a um cenário simulado de acidente aéreo, em que um helicóptero de combate a incêndios chocou em pista com um avião civil que transportava armas e droga, provocando 11 feridos.
Tudo começou com um alerta para um incêndio no Biscainho, Coruche, às 9:49, que acionou o Hotel 34, o helicóptero de combate inicial a incêndios estacionado no aeródromo de Santarém. Piloto e cinco operacionais da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR partiram para o combate ao incêndio, mas, 11 minutos depois, às 10h00, o piloto informa da existência de um incêndio no compartimento do motor do helicóptero, que rapidamente se estende à cabine e obriga a uma aterragem de emergência.
A complicar ainda mais a situação, quando o helicóptero ia aterrar no aeródromo, um avião civil com cinco pessoas faz uma descolagem não autorizada, com as duas aeronaves a colidirem em plena pista às 10:18.
A operação de socorro, que inicialmente previa apenas a assistência à tripulação do helicóptero, aumenta de escala, com o acionamento de mais meios de várias corporações de toda a Lezíria do Tejo.
Enquanto os bombeiros e a equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santarém assistem os feridos, a PSP deteta um passageiro do avião civil a tentar fugir do local, avançando para a sua detenção e descobrindo posteriormente que o avião transportava armas e 50 quilos de estupefacientes.
Enquanto isto, a proteção civil montou um hospital de campanha nas instalações do aeródromo, onde os doentes, com fraturas e queimaduras várias, foram triados antes de serem transportados ao Hospital Distrital de Santarém, através de um corredor de passagem pela cidade, criado com o apoio da PSP.
O diretor do Aeródromo Municipal Cosme Pedrógão, Filipe Almeirante, fez um balanço positivo deste teste à capacidade de socorro em caso de acidente aéreo, uma avaliação necessária para a manutenção do certificado de aeródromo, que tem de ser feita com periodicidade mínima de dois anos, sob supervisão da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).
Além dos inspetores da ANA, estiveram presentes elementos das forças de segurança e de diversas entidades externas da proteção civil, incluindo corpos de bombeiros, serviços de saúde pública da Unidade Local de Saúde da Lezíria e autoridades civis e militares, num total de cerca de 160 elementos.
Envolvidos diretamente na operação de socorro estiveram 60 operacionais dos Bombeiros Sapadores e Voluntários de Santarém, das corporações de Alcanede, Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Pernes, Rio Maior e Salvaterra de Magos, da Cruz Vermelha, e da a equipa da VMER do Hospital de Santarém, apoiados por cerca de duas dezenas de viaturas, incluindo 13 ambulâncias, 2 VUCIS, 4 VCOT e 2 tanques. Da PSP estiveram presentes cerca de 20 elementos.
Aeródromo distrital e Proteção Civil com mais meios
O presidente da Câmara de Santarém, João Teixeira Leite, responsável máximo pela proteção civil, acompanhou o simulacro na sala de operações do aeródromo, e partilhou o sentimento de que estes testes são fundamentais para avaliar e melhorar a operacionalidade dos meios de socorro.
João Leite salientou o esforço que a autarquia tem feito na melhoria das condições do Aeródromo Municipal Cosme Pedrógão, uma estrutura que considerou fundamental para toda a região, e voltou a garantir que o município vai reforçar a Companhia de Sapadores Bombeiros de Santarém com mais meios operacionais e mais recursos humanos.
Sem querer avançar ainda com mais dados, o presidente da Câmara de Santarém revelou que na próxima época de combate a incêndios, em 2025, o aeródromo vai ver reforçada a frota de meios aéreos, melhorando a capacidade de resposta a este tipo de ocorrências.
“Somos todos proteção civil”, concluiu João Leite, presidente da Câmara Municipal de Santarém.
Créditos: Rede Regional I João Nuno Pepino
